Mario Hermes da Fonseca

Mário Hermes da Fonseca nasceu em Fortaleza no dia 25 de abril de 1880, filho do marechal Hermes Rodrigues da Fonseca e de Orsina Francioni da Fonseca. Seu avô paterno, Hermes Ernesto da Fonseca, marechal do Exército, foi presidente da província de Mato Grosso durante o Império (1875-1878) e governador da Bahia na República (1890).

Eram irmãos de seu avô, o marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República em 15 de novembro de 1889 e primeiro presidente do Brasil sob o novo regime, até 1891; João Severiano da Fonseca, o primeiro general médico e patrono do Serviço de Saúde do Exército brasileiro, constituinte e senador pelo Distrito Federal em 1891; e Pedro Paulino da Fonseca, coronel honorário, governador de Alagoas de 1889 a 1890, também constituinte e senador em 1891.

Seu pai foi ministro da Guerra no governo de Afonso Pena (1906-1909), ministro do Supremo, depois Superior Tribunal Militar (STM) (1908-1909) e presidente da República (1910-1914). Seu irmão, o também militar Euclides Hermes da Fonseca, era comandante do forte de Copacabana quando do episódio dos 18 do Forte, em julho de 1922.

Já como segundo-tenente, na chamada Revolução de 1906 desencadeada em Mato Grosso por Generoso Ponce contra o coronel Antônio Pais, conhecido como Totó Pais, fez parte da expedição militar comandada pelo general Emídio Dantas Barreto, enviada em maio pelo governo federal para pacificar o estado. Restabelecida a paz, foi dispensado de suas funções em 7 de agosto de 1906 e, de volta ao Rio de Janeiro, foi destacado para o 2º Regimento de Artilharia. Com a posse de Afonso Pena na presidência da República e de seu pai no Ministério da Guerra em 15 de novembro do mesmo ano, foi nomeado seu auxiliar de gabinete e ajudante de ordens.

No início de 1911, o nome do ministro da Viação e Obras Públicas, José Joaquim Seabra, começou a ser cogitado para o governo da Bahia. As adesões começaram a chegar no mês de maio ao palácio do Catete, através de telegramas de cidades do interior baiano endereçados ao presidente da República, e também a Mário Hermes, que desde o início apoiou a candidatura.

Apesar do respeito que tinha por seu pai, Mário Hermes não tardou a divergir de sua orientação política, hostilizando especialmente o senador gaúcho e general José Gomes Pinheiro Machado, que tinha poder no Congresso Nacional e ascendência sobre o presidente da República. Resolveu assim se afastar do governo e foi para Salvador, onde teve seu nome incluído como candidato a deputado federal na chapa do Partido Republicano e recebeu o apoio explícito de J. J. Seabra.

Mário Hermes acabou eleito deputado federal pelo 1º distrito da Bahia, com mandato de 1912 a 1914. Em 3 de maio de 1912 assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e logo foi escolhido líder da bancada baiana por J .J. Seabra. Pouco tempo depois presidiu o 4º Congresso Operário Brasileiro, instalado em 7 de novembro de 1912 no palácio Monroe, no Rio de Janeiro.

No pleito realizado em 30 de janeiro de 1915, foi reeleito deputado federal pela Bahia para a legislatura 1915-1917. Foi reconduzido mais uma vez à Câmara na legislatura 1918-1920,e em março de 1919 foi promovido a capitão. Concorreu e saiu vitorioso nas eleições de 20 de fevereiro de 1921, para a legislatura 1921-1923. Foi integrante da Comissão de Marinha e Guerra durante todo o mandato e defendeu o Exército no plenário e nas reuniões das comissões técnicas, pronunciando discursos, apresentando projetos, pareceres e emendas.

Mário Hermes viu seu pai, irmãos e parentes serem presos, mas por sua condição de deputado federal, amparado pelasimunidades constitucionais, foi o único a não ser detido.

Empossado Bernardes em 15 de novembro de 1922, Mário Hermes não foi reeleito para a legislatura 1924-1926 e, ao término do seu mandato em 31 de dezembro de 1923, deixou a Câmara dos Deputados, sendo reintegrado às fileiras do Exército.

Nas eleições presidenciais de março de 1930, Mário Hermes apoiou o candidato da Aliança Liberal Getúlio Vargas, que seria derrotado nas urnas pelo candidato governista Júlio Prestes. Com a vitória da Revolução de 1930 e a chegada de Vargas ao poder como chefe do governo provisório, assumiria o Comando da Legião de Outubro na capital da República, entidade de apoio a Vargas e a seu governo.

Por decreto assinado por Vargas em 28 de junho de 1932, foi autorizado, sem privilégio, a contratar a pesquisa e lavra de jazidas de ouro nos municípios de Bonfim e Ouro Fino, no estado de Minas Gerais.

Faleceu no Rio de Janeiro em 27 de setembro de 1955. Casou-se a primeira vez com Amanda Velho da Mota Maia, filha dos condes de Mota Maia; viúvo, casou-se com Ana de Almeida Bispo, com quem teve dois filhos. Publicou Os Exércitos das principais potências (1914); Deodoro (1827-1927); A verdadeira política (1931); Primórdios da organização da defesa nacional (em colaboração com o capitão Ildefonso Escobar, 1943); e Plano de salvação nacional (trabalho sobre mineração e siderurgia, 1946).

 

 

Fonte: http://cpdoc.fgv.br/

 

 

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