Jacob do Bandolim

Jacob Pick Bittencourt, mais conhecido como Jacob do Bandolim (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1918 — Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1969) foi um músico, compositor e bandolinista brasileiro de choro. Filho do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da judia polonesa Raquel Pick, nascida na cidade de Łódź [1], morou durante a infância no bairro da Lapa, à Rua Joaquim Silva 97, no Rio de Janeiro.

São de sua autoria clássicos do choro como Vibrações, Doce de Coco, Noites Cariocas, Assanhado e Receita de Samba. Alcançou popularidade ao montar o conjunto Época de Ouro no início da década de 60, que permanece em atividade até hoje.

Morava em uma casa avarandada com jardim em Jacarepaguá (Rio de Janeiro), rodeado pelas rodas de choro e de grandes amigos chorões. Apesar de não ser um entusiasta do carnaval, gostava do frevo. Estudou em escolas tradicionais, como no Colégio Cruzeiro (escola referencial da comunidade alemã) [2]e no Colégio Anglo-Americano e serviu no CPOR; trabalhou no arquivo do Ministério da Guerra, quando já tocava bandolim. Por fim, Jacob fez carreira como serventuário da justiça no Rio de janeiro, chegando a escrivão de uma das varas criminais da capital.

Entre seus ídolos estavam Almirante (compositor), Orestes Barbosa, Noel Rosa, Nonô (pianista, tio de Ciro Monteiro e parente do cantor Cauby Peixoto), Bonfiglio de Oliveira, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Sinhô, Paulo Tapajós, João Pernambuco, Capiba e Luiz Vieira.

Em 1968 foi realizado um espetáculo no Teatro João Caetano (Rio de Janeiro) em benefício do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Com Jacob do Bandolim, A divina Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e o Época de Ouro. A apresentação de Jacob tocando a música Chega de Saudade (Tom Jobim/Vinicius de Moraes) foi antológica. Foi lançado álbum com dois longplays (LP) da gravação original do espetáculo, em edição limitada. Foi "guru"[carece de fontes] de Sérgio Cabral (pai do governador do Estado do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral Filho), Hermínio Bello de Carvalho, Ricardo Cravo Albin

Teve um casal de filhos, sendo que um deles, era o jornalista polêmico (O Globo, Última Hora) e compositor Sérgio Bittencourt, que era hemofílico e faleceu com apenas 38 anos em 1979. A sua filha Elena Bittencourt, que fundou e presidiu o Instituto Jacob do Bandolim, faleceu em 2011, por problemas cardíacos.

Passou sua última tarde, no bairro de Ramos, em visita a seu amigo compositor e maestro Pixinguinha. Ao chegar à varanda da sua casa cansado e esbaforido, caiu nos braços de sua esposa Adília, já sem vida.

 

Início da carreira

Alguns mencionam que, quando criança, no bairro da Lapa, Jacob ouvia um vizinho francês e cego tocar violino. Este acabou por ser, aos 12 anos de idade, seu primeiro instrumento, presenteado por sua mãe. Apesar de ser algo que Jacob viria a ocultar durante toda a vida, sua mãe era uma "polaca", judia polonesa que teria sido trazida ao Brasil no início do século XX para trabalhar como prostituta [3]. Por não se adaptar ao arco do violino, Jacob começou a tocá-lo usando grampos de cabelo. Pouco depois ele ganhou seu primeiro bandolim, um modelo de cuia, napolitano.

Jacob não teve professor, sempre foi autodidata. Treinava repetindo os trechos de músicas que ouvia em casa e na rua. Com 13 anos ouviu seu primeiro choro, tocado no prédio em frente a sua casa. A música era É do que há, composta por Luiz Americano.

Em 20 de dezembro de 1933, se apresentou pela primeira vez na Rádio Guanabara, ainda como amador, com o conjunto Sereno, formado por amigos. Tocaram o choro Aguenta Calunga, de autoria de Atilio Grany. Jacob, que nessa época ainda tocava de ouvido, não gostou de seu desempenho e decidiu praticar ainda mais.

Em 1934, Jacob se apresentou ao violão no Programa Horas Luzo-Brasileiras, na Rádio Educadora e no Clube Ginástico Português, acompanhando o violonista Antonio Rodrigues e os cantores de fado Ramiro D'Oliveira e Esmeralda Ferreira. A fase fadista não durou muito.

Ao se decidir pelo bandolim como instrumento Jacob iniciou sua carreira no rádio em 17 de maio de 1934, no Programa dos Novos, na Rádio Guanabara. O programa contava com um juri composto por, dentre outros, Orestes Barbosa, Francisco Alves e Benedito Lacerda. Jacob, que havia entrado no concurso sem pretensões profissionais, saiu vencedor, disputando com outros 28 concorrentes e recebendo nota máxima do juri.

 

Carreira radiofônica

Com a vitória no concurso da Rádio Guanabara, Jacob foi chamado para revezar, com o já consagrado conjunto de Benedito Lacerda, o Gente do Morro, no acompanhamento dos grandes artistas da época, entre eles, Noel Rosa, Augusto Calheiros, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo e Lamartine Babo. Seu conjunto passou a se chamar então "Jacob e sua gente" e era formado por Osmar Menezes e Valério Farias "Roxinho" nos violões, Carlos Gil no cavaquinho, Manoel Gil no pandeiro e Natalino Gil no ritmo.

Com o sucesso na Rádio Guanabara Jacob passou a ser presença comum nos programas de rádio. Ganhava cache se apresentando em diversas rádios, como Rádio Cajuti, Rádio Fluminense, Rádio Transmissora (atual Rádio Globo, Rádio Mayrink Veiga, onde atuava no Programa do Casé, e na Rádio Ipanema, que virou Rádio Mauá e onde Jacob ganhou um programa só seu.

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org

 

 

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