Formou-se em Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais em 1927 e participou da geração modernista de Belo Horizonte. Médico, foi dos poucos não-juristas a assinar o Manifesto dos Mineiros. Foi o maior memorialista da literatura brasileira, autor de sete livros: Baú de Ossos, Balão Cativo, Chão de Ferro, Beira Mar, Galo das Trevas, O Círio Perfeito, Cera das almas (póstumo, incompleto) . Neles, Pedro Nava traçou um painel completo da cultura brasileira no século XX, incluindo costumes familiares e cultura popular.
Suas páginas sobre a medicina são das maiores da literatura brasileira. A Belo Horizonte dos anos vinte e o Rio Antigo aparecem em suas narrativas como uma força poética e uma profundidade observacional que muitas vezes se transformam em pura poesia, levando o leitor a um mundo mágico. Segundo Carlos Drummond de Andrade, "possuía essa capacidade meio demoníaca, meio angélica, de transformar em palavras o mundo feito de acontecimentos." Nava também possuía grande talento de pintor, e só não o foi profissionalmente por opção.
Cometeu suicídio com um tiro na cabeça aos 80 anos, numa praça do bairro da Glória, após ter atendido, em seu apartamento, a um misterioso telefonema. Cogita-se que Nava vinha sendo chantageado por um garoto de programa, informação encoberta pela imprensa à época. Ricardo Setti, em artigo publicado em Observatório da Imprensa, afirma que "Zuenir viu-se intensamente pressionado pelo meio cultural. De sua parte, considerava que o relato provinha de fonte pouco confiável. No final, passou as informações para a sede da revista em São Paulo, enviou a reportagem, contendo um curto parágrafo com a hipótese de chantagem sexual, mas manifestou vigorosamente sua oposição a que o parágrafo fosse publicado". Zuenir não colheu pessoalmente o relato do garoto de programa, mas os jornalistas que o fizeram consideraram seu testemunho bastante verossímil.
Médico
Pedro Nava ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte(hoje, Universidade Federal de Minas Gerais) em 1921 e logo se enveredou para os estudos de Anatomia Humana, o que mais adiante seria percebido como uma chave mestra de compreensão entre as inspirações médicas e literárias de Pedro Nava. Era a área da medicina que mais o encantava. Há indícios que o interesse de Nava pela anatomia venha de antes mesmo da faculdade. Em 1920, Pedro Nava, aos 17 anos, respondeu a um “questionário” no Colégio Pedro II, no Rio. Esse tipo de enquete era comum entre colegas de turmas. Elaborado por Carlos Paiva Gonçalves, destaca-se três perguntas e respostas:
"— Que pensas da vida?
A vida é como um anfiteatro anatômico: aí estudamos as chagas sempre abertas, vemos a podridão, o mal, o horror, o cancro e o pior de tudo a “hipocrisia do otimismo”, tudo num montão de lama – a sociedade.
— Que carreira pretendes seguir?
A medicina.
— Por que a escolheste?
Porque é a que me oferece mais encantos, porque por intermédio dela, estudarei este emaranhado de vasos, esta reunião de músculos, esta teia de nervos, que compõem este monte de elementos apodrecidos."
Em 1928 se formou, mas já atuava em cargos públicos nos setores de Saúde em Belo Horizonte. O círculo familiar e afetivo da Nava teve boas influências tanto na sua vida intelectual, quanto na medicinal. Por ter sido filho de médico e parente de pessoas influentes nas cidades onde morou, Pedro Nava sempre esteve em bons cargos públicos da área de saúde. Dentre os feitos da sua carreira como médico, Nava foi membro da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia, foi livre docente em Clínica Médica na Universidade do Brasil, diretor do Hospital Carlos Chagas, foi designado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para estudar, na Europa, a organização de clínicas reumatológicas, dentre outros feitos. A escrita das Memórias ocorreu após a aposentadoria do médico, junto ao Serviço Público, em 1969; o autor, entretanto, permaneceu atendendo em seu consultório particular até 1983. O abandono da atividade médica deveu-se ao início de surdez, fazendo com que Nava se debruçasse de vez na literatura.
Memorialista
Nos seis volumes de memória de Pedro Nava há o caráter ideológico ao relatar as efemeridades de sua vida, bem como as reflexões que faz sobre os fatores sociais que o circundam, em principal, seu ofício da cura. Experiências de vida — profissionais e pessoais — e visões de sociedade se misturam num emaranhado de sucessivas mudanças de cidades, cargos exercidos e perdas de familiares por falecimento, bem como as sucessivos eventos históricos que o Brasil e o mundo viviam na primeira metade do século XX.
As memórias e as reflexões sobre a profissão médica, sempre estiveram presentes nas Memórias de Pedro Nava. Epidemias, episódios notáveis e doenças que o acometeram, bem como a juventude nos tempo de Faculdade de Medicina de Belo Horizonte e Colégio Pedro II, o convívio com o pai médico e constantes mudanças de cidade na vida de Nava, sempre suscitaram divagações do autor.
O baú de ossos surpreende, assusta, diverte, comove, embala, inebria, fascina o leitor, com suas memórias da infância. Doutores, políticos, intelectuais, comerciantes, aventureiros, senhoras, desfilam nas páginas do amigo de Carlos Drummond de Andrade.
Não importa muito a direção. O balão cativo representa o lado noruega de Juiz de Fora. Pedro Nava mergulhou na leitura de Defoe, Dickens, Ruskin, Byron, Shelley, Tennyson, Longfellow, Walt Whitman, Camões, Camilo, Fialho, Gil Vicente, Lima Barreto, Artur Azevedo, Nabuco e Machado de Assis. Tudo era sagrado porque tudo era letra impressa.
Ocorrida quando o autor tinha oito anos de idade, a morte do pai é o marco inicial das lembranças de Nava sobre aquele período. Até então residente no Rio, para onde se mudara em busca das benesses da prosperidade e da civilização, a família - agora reduzida à mãe, Diva Jaguaribe Nava, e seus cinco filhos pequenos - viu-se obrigada a retornar para Minas, onde as paredes, janelas e árvores da casa de Inhá Luísa, a implacável avó materna, testemunharam os últimos anos da infância do autor. Aos 11 anos, Nava abandona a educação mais ou menos informal que até então vinha recebendo para matricular-se no recém-inaugurado internato do Ginásio Anglo-Brasileiro, em Belo Horizonte. O autor havia se transferido para a capital mineira em 1913, novamente na companhia da mãe e dos irmãos. Em 1916, já adolescente, retorna ao Rio de Janeiro, onde inicialmente se hospeda na casa de parentes antes de ser admitido no internato do Colégio Pedro II, um dos colégios mais tradicionais do país.
O chão de ferro da Rua Major Ávila era perto do centro de Minas, do mundo mundo vasto mundo. A descrição das aulas no Colégio Pedro II naquele 1917 é de fina categoria. Falta de sono e insônia. Aos quinze anos surge nas memórias o heterônimo do Nava, o Egon.
O narrador se desloca de trem entre esses dois polos todo o tempo: no Rio está o colégio interno; em Minas, as férias com a família e, posteriormente, a faculdade em que ingressa em 1921. Não são polos meramente geográficos, mas dimensões existenciais, afetivas, intelectuais, sociais, culturais e civilizatórias distintas.
A última década da República Velha testemunhou eventos políticos e culturais que forjaram a feição do Brasil moderno, entre os quais a Semana de Arte Moderna de 1922, as revoluções tenentistas e a Coluna Prestes. Cronista privilegiado desse período da história do país - pois foi ao mesmo tempo observador e ator de importantes desdobramentos do modernismo, além de amigo de futuros políticos eminentes -, Pedro Nava apresenta em Beira-mar a quarta parte de sua suntuosa saga memorialística.
Beira-mar deveria ser leitura obrigatória para alunos de medicina. Nava descreve seu primeiro amor, e o suicídio da filha do seu professor. Em 1922, surge nas memórias o nome de JK, Juscelino Kubitschek de Oliveira, colega de turma do autor.
Os dois últimos volumes, galo-das-trevas e o círio perfeito, ou, em busca do tempo perdido, pela clara inspiração proustiana, são uma longa carta de adeus.
Historiador
A obra de Pedro Nava como historiador está completamente ligada a sua profissão. O autor mostra em sua obra o interesse em desvelar o processo histórico de evolução da medicina na História do Brasil, tendo como base notável rigor científico. Os estudos da História da Medicina no Brasil do autor, desde o período colonial até os das primeiras décadas do século XX, estão notavelmente preocupados em entender as relações entre a Medicina e a sociedade em que Nava vivia. Enquadrado no crescente pensamento modernista do período, Nava tentava entender o patamar da medicina do seu contexto a partir dos estudos históricos, tentando assim propor rupturas e melhorias das instituições de saúde, o qual era crítico ácido.
Pedro Nava é herdeiro de uma tradição historiográfica ligada ao positivismo de Augusto Comte e Leopold Von Ranke, defensores da perspectiva filosófica embasada na neutralidade e necessidade de trato com as fontes do período. O trabalho do historiador consistia em consultar documentos, identificar os "fatos históricos", coordená-los e expô-los coerentemente. Pedro Nava fez seus estudos secundários no Colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Foi aluno de João Ribeiro, autor que formou gerações de brasileiros com suas publicações. Em Pedro Nava e João Ribeiro, observamos a concepção de História dominante no período e o que se enfatizava em seu ensino. Na época mencionada por Nava, predominavam, nos estudos de História, concepções herdadas do século XIX – século de revoluções burguesas, organização do mundo capitalista e da escrita das histórias nacionais.
Mesmo Pedro Nava sendo contemporâneo de Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda, se influenciaria pela escrita desses autores que trouxeram substanciais mudanças no âmbito da História e das Ciências Sociais no Brasil, sobretudo pelo caráter modernista das escritas, em que tentava-se entender o país a partir da sua história, para depois propor um modelo de construção da nova identidade nacional que deveria se formar no país.
Anatomista de ofício, Pedro Nava pretendia realizar um minucioso estudo “anatômico” da História da Medicina no Brasil para assim alertar quanto ao diagnóstico do quadro da saúde brasileira, bem como a ligação entre a medicina e a sociedade e propor a cura e assistência para os entraves presentes ao progresso do país. Assim, os ofícios da medicina e das letras estão bem próximos na obra do autor. Portanto, a Medicina está inserida em um momento histórico, por conseguinte, correlacionada com outras áreas. O caráter enciclopédico da memorialística de Pedro Nava aponta para essas correlações. Os textos de Nava estão inseridos no processo de urbanização da sociedade brasileira. São visíveis em momentos da obra, que o que o autor propõe são modelos para sociedade em constantes mutações.
Modernista
As cidades em que viveu — Juiz de Fora, Belo Horizonte e Rio de Janeiro — inspiraram Pedro Nava, mais especificamente o Nava memorialista, cronista e modernista. As rupturas e mudanças arquitetônicas que essas cidades passaram principalmente na juventude de Nava, eram também reflexos do ideal de novo e moderno que perpassava a sociedade na época, sobretudo em Belo Horizonte. A arquitetura da capital mineira é marco da formação do imaginário dos sujeitos das memórias de Pedro Nava. Proposta de se substituir a Colonial Ouro Preto com seus símbolos do Padroado, resquício colonial que adentrou pelo Império. Nessa cidade republicana, valorizou-se a Higiene e a Racionalidade. A arquitetura dos prédios públicos e residenciais valorizou formas do passado, usando os materiais da industrialização.
Era uma geração pertencente a um movimento político e literário que propunha a ruptura com o passado. Entretanto, na proposta de construção de uma nova nacionalidade brasileira, essa geração resgatou a arte colonial mineira, Nava esteve entre os intelectuais defensores do colonial mineiro como a raiz da cultura brasileira. O velho em franca exposição dentro do novo, mas no sentido de que o primeiro deveria ser exemplo de um passado a ser superado pelo segundo. Juntamente a conformação dos núcleos urbanos em que viveu, foi se formando também a escrita modernista de Nava, característica fundamental de boa parte da intelectualidade brasileira da década de 1920 preocupada em discutir propostas de construção para um novo Brasil e de uma nova nacionalidade brasileira. Pedro Nava também sofre influencias de autores como Proust e Kafka, tanto é que sua bibliografia se observa em traços benjaminianos como construtor de uma Nava narrador, sujeito de suas próprias memórias.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Nava
Pedro Ferreira dos Santos, mais conhecido como Pedro de Lara (Bom Conselho, Pernambuco, 25 de fevereiro de 1925 – Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2007) foi uma personalidade de rádio e televisão no Brasil. Dentre suas múltiplas atividades, atingiu status de celebridade como jurado de programas de calouros.
No início da década de 1970 Pedro de Lara foi um dos jurados da Buzina do Chacrinha na Rede Tupi, paralelamente à sua atuação na Rádio Tupi do Rio de Janeiro num quadro em que interpretava sonhos. Na segunda metade dos anos 70 Pedro passou a fazer parte do júri do Show de Calouros, do Programa Silvio Santos. De 1980 em diante, Pedro participou do programa do palhaço Bozo, um grande sucesso da TVS e do SBT durante os anos 80. Pedro era o inventor Salci Fufu, parceiro de Papai Papudo (Gibe) e Vovó Mafalda (Valentino Guzzo).
Como ator, Lara também participou de diversas produções do gênero pornochanchada, durante os anos 1970 e inícios de 1980. Entre esses filmes, destacam-se Emoções sexuais de um cavalo (1986), A máfia sexual (1986), Bonitas e gostosas (1979), As taradas atacam (1978) e As 1001 posições do amor (1978).
Em 1984, Lara escreveu, produziu e estrelou o filme infantil Padre Pedro e a revolta das crianças.
Pedro de Lara também foi astrólogo nas revistas Amiga e Sétimo Céu e radialista na Rádio Atual, além de empresário de sua esposa Mag de Lara, escritor, ator e cantor. Em suas próprias palavras: "No meu disco o pau come, é nordestino da bexiga porreta!".
Sua última atuação como jurado em televisão, se deu no programa Gente que Brilha, do SBT. Posteriormente, continuou atuando como jurado em clubes, boates, feiras e concursos por todo o Brasil. Nos últimos anos de vida, Pedro de Lara lançou o Livro da Sabedoria, que contém pensamentos como “Todo pai corujão faz do seu filho um bobão” e “Na vida tem que ter estilo, quem não tem, não é isso nem aquilo”.
Em um de seus livros, A porta proibida, Pedro fala sobre o comportamento do homem após a criação da primeira porta da humanidade. Vulgaridade, pederastia e outros comportamentos são discorridos sob a ótica do artista.
Pedro de Lara morreu no dia 13 de setembro de 2007, vítima de câncer no reto, aos 82 anos. Deixou viúva, Mag de Lara, e quatro filhos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Lara
Paulo Sérgio de Macedo, mais conhecido como Paulo Sérgio (Alegre, 10 de março de 1944 – São Paulo, 29 de julho de 1980), foi um cantor e compositor brasileiro.
Teve uma morte prematura, aos 36 anos, em decorrência de um derrame cerebral, Paulo Sérgio é lembrado como o maior nome da música romântica nacional. O cantor e compositor capixaba iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro, lançando um compacto com o sucesso Última Canção. O disco obteve sucesso imediato e vendeu 60 mil cópias em apenas três semanas, transformando seu intérprete num fenômeno de vendas. A despeito da curta carreira, Paulo Sérgio lançou treze discos e algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior a 10 milhões de cópias.
Patápio Silva (Itaocara, 22 de outubro de 1880 — Florianópolis, 24 de abril de 1907) foi músico, compositor e flautista virtuose brasileiro de Choro e Erudito. É considerado um dos maiores flautistas da História.
Nasceu na pequena cidade de Itaocara, interior do Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1880. Seu pai era barbeiro, e ensinou Patápio a tocar flauta. Ele então passou a impressionar diversas pessoas que passavam pela barbearia do pai, tocando uma rudimentar flauta de folha de flandres (uma flautinha de brinquedo). Passou parte de sua infância na cidade mineira de Cataguases, onde em 1896, entra na Banda Cataguases Aurora com apenas 16 anos. Depois, conheceu o maestro cubano Francisco Lucas Duchesne, que exerceu importante influência na carreira de Patápio.
Em 1899, indo morar na cidade de Palma, durante as comemorações na Semana Santa ele interpretou composições sacras do Pe. José Maurício Nunes Garcia.
Em 1900, foi para a cidade do Rio de Janeiro, onde trabalhou como tipógrafo, aprendeu francês (idioma universal naquela época), indo depois trabalhar na Casa de Moeda, como impressor. Depois, concorreu a uma vaga no importantíssimo Instituto Nacional de Música, sendo ouvido pelo professor Paulo Augusto Duque Estrada Meyer. Este encantou-se com o enorme talento do humilde Patápio, conseguindo-lhe então uma flauta de boa qualidade e passando a ministrar-lhe aulas.
Matriculou-se no Instituto Nacional de Música em 15 de Março de 1901. Em 1902, executa as antológicas gravações na Casa Edison, além de um recital no próprio Instituto. Formou-se precocemente, em 1903, com distinção e louvor, apesar do fato de ser de origem humilde e de ser mulato.
Inicia então diversas apresentações de enorme sucesso, em diversas cidades. Em uma delas, no Clube dos Diários de Petrópolis, chegou a ser cumprimentado pessoalmente pelo Barão do Rio Branco, que ficou encantado com o desempenho genial de Patápio. Depois apresentou-se com enorme sucesso na cidade de São Paulo, inicialmente sendo olhado com desdém por diversos indivíduos das plateias paulistanas, pelo fato ser mulato, mas depois deixando-os boquiabertos e sendo muito aplaudido. Decide, em 1906, fixar residência na capital paulista. Continua apresentando-se em diversas cidades.
No mesmo ano de 1906, viaja à cidade do Rio de Janeiro, Capital Federal, à convite do presidente Afonso Pena, para uma apresentação no magnífico Palácio de Catete.
Em 14 de março de 1907, excursiona pela região Sul do País, com a intenção de levantar fundos para viajar à Europa. Sendo um músico tão ovacionado na Capital Federal, foi recebido em Curitiba com toda a pompa. Quando ensaiava para sua apresentação em Florianópolis, Patápio caiu doente, com febre alta, no dia 18 de abril de 1907. No dia 24 de abril, o grande flautista vem a falecer. Foi velado e sepultado com pompa. O féretro foi acompanhado por grande massa de populares. Recebeu grandes homenagens no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 1915, seu corpo é exumado e transportado para a cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério do Caju.
Em 2011, o Instituto Cravo Albin lança o documentário "Patápio" do cineasta Alexandre Palma com depoimentos de Altamiro Carrilho e Magro do MPB-4.
Composições
Patápio Silva (1880-1907)
Op.1 Evocação Romance Elegiaco
Op.2 Sereta d´amore
Op.3 Margarida Mazurka
Op.4 Primeiro Amor Valsa
Op.5 Sonho Romance fantasia
Op.5ª Sonho Romance Fantasia
Op.6 Oriental Peça Característica
Op.7 Idilyo
Op.8 Zinha Polka
Op.9 Amor perdido valsa
Op. Post. Noturno I para Flauta, violino e piano(Editado por James Strauss)
Op. Post. Noturno II para Flauta, violino e piano(Editado por James Strauss)
Op. Post. Beija Flor Polca
Op. Post. Joanita Valsa
Op. Post. O sabão Polca
Op. Post. Volúvel Valsa
Op. Post. Polka
Op. Post. Cotinha Polca
Op. Post. Dobrado a Pessoa de Barros
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pat%C3%A1pio_Silva
Orsina Francioni da Fonseca (1859 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1912) foi a primeira esposa de Hermes da Fonseca, ex-presidente do Brasil, e a primeira-dama do país de 1910 até sua morte.
Orsina era filha do coronel do exército brasileiro e governador do estado de Alagoas Pedro Paulino da Fonseca. Em 17 de dezembro de 1877, aos dezoito anos, desposou seu primo-irmão e parceiro de infância Hermes Rodrigues da Fonseca. Tiveram cinco filhos.
Logo após sua morte, em homenagem à falecida, adicionou-se ao Instituto Profissional Feminino o nome Orsina da Fonseca. A primeira-dama havia visitado o instituto ao lado do marido e se afeiçoara às meninas pobres, a maioria órfã, prestando-lhes assistência social. Além disso, auxiliou o marechal Emílio Mallet na fundação do Orfanato Osório. Faleceu no Palácio Guanabara, aos cinquenta e três anos.
Em janeiro de 1913, Hermes da Fonseca casou com a caricaturista Nair de Tefé von Hoonholtz, a qual sucedeu Orsina como primeira-dama do Brasil. Nenhum dos cinco filhos do presidente compareceu à cerimônia, muito comentada à época.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orsina_da_Fonseca
Orlando Garcia da Silva (Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1915 — Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1978) foi um dos mais importantes cantores brasileiros da primeira metade do século XX.
Orlando Silva nasceu na rua General Clarindo, hoje rua Augusta, no bairro do Engenho de Dentro. Seu pai, José Celestino da Silva, era violonista e participou com Pixinguinha de serenatas, peixadas e feijoadas. Orlando viveu por três anos neste ambiente, quando, então, seu pai faleceu vítima da gripe espanhola.
Teve uma infância normal, sempre gostando muito de violão. Na adolescência já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, este último um dos responsáveis por seu sucesso. Seu primeiro emprego foi de estafeta da Western, com o salário de 3,50 cruzeiros por dia. Foi então para o comércio e trabalhou como sapateiro, vendedor de tecidos e roupas e trocador de ônibus. Quando desempenhava as funções de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um de seus pés parcialmente amputado, ficando um ano inativo, problema sério, já que sustentava a família.
Foi Bororó, conforme o próprio relata no filme O cantor das multidões que o apresentou a Francisco Alves, que ouviu Orlando cantar no interior de seu carro, decidindo imediatamente lançá-lo em seu programa na rádio Cajuti. Nos seis ou sete anos seguintes, tornou-se um grande sucesso, considerado por muitos a mais bela voz do Brasil, contando inclusive com a estima do próprio presidente Getúlio Vargas. Atraía os fãs de tal forma que o locutor Oduvaldo Cozzi passou a apresentá-lo como "o cantor das multidões", conforme relata no filme com o mesmo nome.
Principais sucessos:
A jardineira, Benedito Lacerda e Humberto Porto (1939)
A última estrofe, Cândido das Neves (1935)
Abre a janela, Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti (1937)
Alegria, Assis Valente e Durval Maia (1937)
Amigo leal, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (1937)
Aos pés da cruz, Marino Pinto e Zé da Zilda (1942)
Atire a primeira pedra, Ataulfo Alves e Mário Lago (1944)
Brasa, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1945)
Caprichos do destino, Claudionor Cruz e Pedro Caetano (1938)
Carinhoso, João de Barro e Pixinguinha (1937)
Cidade-mulher, Noel Rosa (1936)
Curare, Bororó (1940)
Errei, erramos, Ataulfo Alves (1938)
Eu chorarei amanhã, Ivo Santos e Raul Sampaio (1957)
Juramento falso, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
Lábios que beijei, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
Lero-lero, Benedito Lacerda e Eratóstenes Frazão (1942)
Mágoas de caboclo, J. Cascata e Leonel Azevedo (1936)
Mal-me-quer, Cristóvão de Alencar e Newton Teixeira (1939)
Meu Consolo É Você, Nássara e Roberto Martins (1938)
Meu romance, J. Cascata (1937)
Nada além, Custódio Mesquita e Mário Lago (1938)
Número um, Benedito Lacerda e Mário Lago (1939)
Pecadora, Agustín Lara, versão de Geber Moreira (1947)
Quero beijar-te ainda, Paulo Tapajós (1955)
Quero dizer-te adeus, Ary Barroso (1942)
Rosa, Otávio de Sousa e Pixinguinha (1937)
Sertaneja, René Bittencourt (1939)
Súplica, Déo, José Marcílio e Otávio Gabus Mendes (1940)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orlando_Silva
Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira.
Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Síndrome de Pierre Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.
Nascido na Rua Teodoro da Silva número 130, no bairro carioca de Vila Isabel, foi primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio de São Bento, onde apesar da inteligência notável, não era aplicado nos estudos.
Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Festa no Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica (Noel Rosa X Wilson Batista) travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.
Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.
Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava ao samba, à bebida e ao cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: “Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro". Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Noel_Rosa
Miguel Maria Lisboa, primeiro e único barão de Japurá, (Rio de Janeiro, 22 de maio de 1809 – Lisboa, 28 de abril de 1881) foi um diplomata e nobre brasileiro.
Filho do Conselheiro José Antônio Lisboa e de Maria Eufrásia de Lima, era irmão do almirante Joaquim Marques Lisboa, marquês de Tamandaré. Casou-se com sua prima Maria Isabel de Andrade Pinto, irmã da Marquesa de Acapulco, filha do Conselheiro João José de Andrade Pinto e Maria José Andrade Soares de Paiva. Teve 4 filhos, entre eles Miguel Ribeiro Lisboa, oficial da marinha que combateu na Guerra do Paraguai.
Mestre em artes pela Universidade de Edimburgo, entrou na carreira diplomática aos 18 anos de idade, como adido à legação de Londres, depois de galgar postos na diplomacia representou o Brasil no Chile, Venezuela, Peru, Bolívia, Equador, Estados Unidos (1859-1864), Bélgica (1865-1868) e finalmente Portugal 1868, onde faleceu.
Recebeu o título de barão em 17 de julho de 1872 por decreto do Imperador Dom Pedro II.
Foi também um importante estudioso da espeleologia, tendo feito importantes compilações de campo na Venezuela. Encontra-se sepultado no Cemitério do Caju.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Maria_Lisboa
Marechal Hermes Ernesto da Fonseca (Marechal Deodoro, 2 de setembro de 1824 — Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 1891) foi um militar e político brasileiro.
Luís Pedreira do Couto Ferraz, primeiro e único Visconde do Bom Retiro GCC • GCNSC (Rio de Janeiro, 7 de maio de 1818 — Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1886) foi um advogado e político brasileiro.
Foi deputado geral, presidente da província do Rio de Janeiro, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1867 a 1886. Recebeu várias comendas entre elas a Grã-Cruz da Legião de Honra da França, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal e da Imperial Ordem de Cristo, a Grã-Cruz da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a Grã-Cruz da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, a Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo I, a Grã-Cruz da Ordem Real do Dannebrog da Dinamarca, e foi Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul e da Imperial Ordem da Rosa.
Foi o responsável pela metodização e oficialização do ensino primário, reforma do ensino secundário, das escolas de medicina, o conservatório de música, a academia de belas artes, e criador do Imperial Instituto dos Cegos.
Duas ruas têm seu nome, uma no Rio de Janeiro e outra em Petrópolis.
Há um monumento a ele erguido na Floresta da Tijuca, na pequena praça denominada Bom Retiro, obra de escultor desconhecido.
Está sepultado no Cemitério do Caju, em uma sepultura simples, localizada ao lado da tumba ocupada pelos restos do Barão e do Visconde de Rio Branco.