Resultados da busca por: Personalidade

Geneton Moraes Neto (Recife, 13 de julho de 1956 — Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2016) foi um jornalista e escritor brasileiro.

Pedro Ferreira dos Santos, mais conhecido como Pedro de Lara (Bom Conselho, Pernambuco, 25 de fevereiro de 1925 – Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2007) foi uma personalidade de rádio e televisão no Brasil. Dentre suas múltiplas atividades, atingiu status de celebridade como jurado de programas de calouros.

No início da década de 1970 Pedro de Lara foi um dos jurados da Buzina do Chacrinha na Rede Tupi, paralelamente à sua atuação na Rádio Tupi do Rio de Janeiro num quadro em que interpretava sonhos. Na segunda metade dos anos 70 Pedro passou a fazer parte do júri do Show de Calouros, do Programa Silvio Santos. De 1980 em diante, Pedro participou do programa do palhaço Bozo, um grande sucesso da TVS e do SBT durante os anos 80. Pedro era o inventor Salci Fufu, parceiro de Papai Papudo (Gibe) e Vovó Mafalda (Valentino Guzzo).

Como ator, Lara também participou de diversas produções do gênero pornochanchada, durante os anos 1970 e inícios de 1980. Entre esses filmes, destacam-se Emoções sexuais de um cavalo (1986), A máfia sexual (1986), Bonitas e gostosas (1979), As taradas atacam (1978) e As 1001 posições do amor (1978).

Em 1984, Lara escreveu, produziu e estrelou o filme infantil Padre Pedro e a revolta das crianças.

Pedro de Lara também foi astrólogo nas revistas Amiga e Sétimo Céu e radialista na Rádio Atual, além de empresário de sua esposa Mag de Lara, escritor, ator e cantor. Em suas próprias palavras: "No meu disco o pau come, é nordestino da bexiga porreta!".

Sua última atuação como jurado em televisão, se deu no programa Gente que Brilha, do SBT. Posteriormente, continuou atuando como jurado em clubes, boates, feiras e concursos por todo o Brasil. Nos últimos anos de vida, Pedro de Lara lançou o Livro da Sabedoria, que contém pensamentos como “Todo pai corujão faz do seu filho um bobão” e “Na vida tem que ter estilo, quem não tem, não é isso nem aquilo”.

Em um de seus livros, A porta proibida, Pedro fala sobre o comportamento do homem após a criação da primeira porta da humanidade. Vulgaridade, pederastia e outros comportamentos são discorridos sob a ótica do artista.

Pedro de Lara morreu no dia 13 de setembro de 2007, vítima de câncer no reto, aos 82 anos. Deixou viúva, Mag de Lara, e quatro filhos.

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Lara

José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco (Salvador, 16 de março de 1819 – Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1880) foi um político, monarquista, diplomata e jornalista brasileiro. Rio Branco nasceu na capital da capitania da Baía de Todos os Santos em uma família rica, porém a maior parte da fortuna foi perdida após a morte de seus pais ainda em sua infância.

Rio Branco estudou na Academia Real dos Guardas Marinhas e se tornou em 1841 um aspirante de marinha. Mais tarde no mesmo ano foi estudar na Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, eventualmente se tornando um instrutor. Ele se tornou um político do Partido Liberal ao invés de continuar sua carreira como militar. Foi eleito deputado provincial do Rio de Janeiro em 1845 e subiu até o poder na província sob a tutelagem de Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho – um político veterano que exercia enorme influência sobre o jovem e inexperiente imperador D. Pedro II. Rio Branco temporariamente abandonou a política depois da queda de Aureliano Coutinho e a subsequente dissolução do Partido Liberal.

Seu trabalho como jornalista, destacando as ameaças representadas pelos conflitos armados nas repúblicas do rio da Prata (Confederação Argentina e Uruguai), atraiu a atenção de Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná, que o convidou a trabalhar como seu secretário em uma missão diplomática em Montevidéu. Eles foram bem sucedidos na formação de alianças que eventualmente contribuíram para a queda de Juan Manuel de Rosas, ditador argentino que declarou guerra contra o Brasil. Rio Branco se juntou em 1853 ao Partido Conservador de Paraná e mais tarde fez parte do gabinete que o segundo presidiu. Ele rapidamente cresceu dentro do partido durante a década de 1860 enquanto vários membros se juntavam ao partido recém criado da Liga Progressista. Rio Branco foi enviado ao Uruguai em 1864 com o objetivo de conseguir um fim diplomático para a Guerra do Uruguai. Mesmo sendo bem sucedido, acabou repentinamente dispensado do cargo. Ele foi chamado novamente em 1869 e enviado para o Paraguai, desta vez para negociar o fim da Guerra do Paraguai. Seus esforços foram reconhecidos e Pedro II lhe criou o título de Visconde do Rio Branco.

Rio Branco se tornou o Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) em 1871. Ele se tornaria o presidente que mais tempo ocupou o cargo de líder do conselho, com seu gabinete sendo o segundo de maior duração na história brasileira. Seu governo ficou marcado por uma época de prosperidade econômica e da adoção de várias reformas necessárias – apesar de provarem-se bastante falhas. A mais importante de suas iniciativas foi a Lei do Ventre Livre, que alforriava crianças nascidas de mulheres escravas. Rio Branco liderou o governo que aprovou a lei e sua promulgação aumentou sua popularidade. Entretanto, seu governo foi pego em uma crise com a Igreja Católica que resultou na expulsão de maçons das irmandades. Rio Branco renunciou junto com seu gabinete em 1875 após quatro anos. Sua saúde começou a deteriorar rapidamente depois de uma viagem pela Europa e ele foi diagnosticado com câncer de boca. Rio Branco morreu em 1880 e foi muito lamentado por todo o país. Ele é considerado por muitos historiadores como um dos maiores estadistas do Brasil.

Início de vida

José Maria da Silva Paranhos nasceu no dia 16 de março de 1819 em Salvador, Baía de Todos os Santos, na época quando o Brasil fazia parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Seus pais eram Agostinho da Silva Paranhos e Josefa Emerenciana de Barreiros. Agostinho Paranhos e seus dois irmãos haviam imigrado para o Brasil no início do século XIX. Ele se tornou um rico comerciante e se casou com Josefa, pertencente a uma das mais antigas famílias da Baía de Todos os Santos. A família dela tinha raízes na cidade do Porto, onde a própria família de Agostinho se originava. Ele permaneceu leal a Portugal em 1822 na época da Independência do Brasil, fazendo com que fosse ostracizado e perdesse seus negócios. 

Paranhos teve uma infância simples e sem luxúrias. Apesar de seus pais não serem mais ricos, eles nunca passaram pela pobreza. Mais tarde em sua vida, ele lembraria-se com carinho sobre a Baía de Todos os Santos como a "terra natal" de sua infância. Seu pai morreu enquanto ele ainda era criança e sua mãe se foi alguns anos depois. Ele e seus irmãos mais novos ficaram em uma situação precária já que o restante da fortuna de Agostinho tinha sido apropriada por um parente. Os irmãos foram salvos por um de seus tios maternos Eusébio Gomes Barreiros, um coronel do Corpo de Engenheiros do exército. Barreiros cuidou dos filhos da irmã junto com os seus e pagou por suas educações. Um homem culto, ele teve uma grande influência no crescimento de Paranhos, e anos mais tarde seu sobrinho viria sempre falar muito bem sobre o tio.

Paranhos foi enviado a capital imperial Rio de Janeiro em 1835 aos catorze anos de idade para continuar seus estudos. No início do ano seguinte ele foi aceito na Academia Real dos Guardas Marinhas. Paranhos dava aulas para seus colegas de classe a fim de ajudar no pagamento de sua educação.11 Ele se formou em 1841 aos 22 anos com a patente de aspirante de marinha, entrando em seguida na Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Paranhos foi atrás de um curso de engenharia e desenvolveu um gosto pela matemática. Foi promovido a alferes na marinha antes de se formar na escola militar e se tornou um professor substituto na escola naval. Ele se casou em 1842 com Teresa de Figueiredo Faria. 

Paranhos se formou na escola militar em 1843 com a patente de alferes no Corpo de Engenheiros, porém decidiu voltar para a vida civil e se concentrar em sua carreira como professor. Ele se tornou um instrutor regular na academia naval no ano seguinte, dando aulas de artilharia. Foi transferido em 1845 para o corpo de professores da academia militar para dar aulas de artilharia, fortificação e mais tarde mecânica. Além de professor, Paranhos também se tornou jornalista e começou a trabalhar por volta de 1844 em jornais que apoiavam o Partido Liberal. Ele continuou como professor na escola militar e começou a dar aulas de economia política, estatística e direito administrativo por volta de 1863. Em 1874 se tornou deão da recém criada Escola de Engenharia (atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro), um ramo civil do programa de engenharia da academia militar.18

Início da carreira política

Facção Áulica

Os artigos escritos por Paranhos para os jornais Liberais atraíram a atenção de outros membros do Partido Liberal. Ele se tornou amigo e protegido de Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho (posterior Visconde de Sepetiba). Na época, Aureliano Coutinho era a figura mais poderosa da política nacional do Brasil. Era líder da Facção Áulica, um grupo – algumas vezes considerado uma ala do Partido Liberal – que tinha uma influência sobre o jovem e inexperiente imperador D. Pedro II. Membros da facção incluiam importantes criados da criadagem imperial e políticos notáveis.

O imperador nomeou Aureliano Coutinho como Presidente do Rio de Janeiro em 1844, a mais rica e importante província do Brasil na época. Com o apoio de Aureliano Coutinho e da forte base política, Paranhos foi eleito em 1845 aos 26 anos de idade para a Assembleia Legislativa Provincial. No ano seguinte Aureliano Coutinho o nomeou como secretário provincial, depois vice-presidente e mais tarde presidente interino.14 Paranhos foi eleito em 1847 como deputado representando o Rio de Janeiro. 

A Facção Áulica perdeu seu poder em 1847 depois de passar anos dominando a política brasileira. Pedro II amadureceu fisicamente e se tornou mais astuto politicamente, removendo todos ligados ao grupo de seus cargos. Como seu líder, Aureliano Coutinho foi completamente excluído da vida política: "resultado de um banimento implícito, se não proferido, imposto por D. Pedro II".O monarca deixou claro que não toleraria mais ser influenciado por facções políticas.22 De fevereiro de 1844 a maio de 1848, todos os quatro gabinetes que governaram o Brasil foram compostos inteiramente de membros do Partido Liberal. Divisões internas dentro do partido impediram o avanço de projetos Liberais que tinham o objetivo de modernizar o país, incluindo uma reforma educacional e a construção de ferrovias e linhas de telégrafo.

O imperador convidou o rival Partido Conservador para formar um novo gabinete logo depois da renúncia do último gabinete Liberal. Paranhos perdeu boa parte de sua influência com seu partido fora do governo. Entretanto, o Partido Liberal não estava disposto a aceitar a perda de poder. A facção mais radical dos Liberais na província de Pernambuco, conhecida como o Partido da Praia, defendeu abertamente uma revolta. Os praieiros, Liberais apenas nominalmente, eram associados da Facção Áulica. A revolta proposta seria uma tentativa de reconquistar o controle do governo. Os praieiros tiveram pouco apoio e a opinião pública ficou contra. O grupo não conseguiu convencer a maioria da população que uma revolta traria benefícios. A revolta foi completamente derrotada em 2 de fevereiro de 1849 depois de atacarem Recife, capital de Pernambuco. Mesmo Paranhos tendo condenado a Revolta Praieira, ela mais as quedas de Aureliano Coutinho e do Partido Liberal deixaram quase impossível uma continuação na carreira política. Seu foco voltou novamente para seu trabalho como jornalista.

Guerra do Prata

Paranhos parou de escrever para jornais Liberais depois de deixar a política e se tornou editor do politicamente neutro Jornal do Commercio. Ele escreveu uma série de artigos semanais de 1850 até o final de 1851 que eram chamados "Cartas a um Amigo Ausente". A coluna lidava com assuntos como política, a sociedade brasileira e a vida diária da capital. Seus artigos logo começaram a lidar também com a política externa do Brasil, especialmente da Confederação Argentina e da guerra civil no Uruguai.

Juan Manuel de Rosas, o ditador argentino, havia auxiliado os rebeldes separatistas brasileiros da província de São Pedro do Rio Grande do Sul durante a Revolução Farroupilha nas décadas de 1830 e 1840, e continuava tentando anexar a província. Além da ameaça para a integridade territorial brasileira, Rosas tinha ambições de conquistar o Paraguai, o Uruguai e a Bolívia. O gabinete Conservador do Brasil decidiu formar alianças militares com os países ameaçados pelo ditador. O Exército Brasileiro comandado por Luís Alves de Lima e Silva, Conde de Caxias (depois Duque de Caxias) cruzou a fronteira para o Uruguai em 4 de setembro de 1851.

Paranhos começou a escrever artigos apoiando a política externa proativa do Brasil, que o aproximou do Partido Conservador. O Ministro das Relações Exteriores, Paulino José Soares de Sousa (futuro Visconde do Uruguai), nomeou o líder Conservador Honório Hermeto Carneiro Leão (posterior Marquês do Paraná) como diplomata plenipotenciário especial na região do rio da Prata. Honório Hermeto surpreendeu e decidiu levar Paranhos como seu secretário, ignorando diplomatas brasileiros muito mais experientes. Eles partiram para a capital uruguaia Montevidéu em 23 de outubro de 1851.

Honório Hermeto conseguia enxergar o potencial das pessoas, e Paranhos – que havia se mostrado um homem competente durante seu tempo como político Liberal do Rio de Janeiro – tinha talentos que poderiam ser colocados em bom uso. Como Honório Hermeto disse a Paranhos ao justificar sua escolha de um jornalista jovem e inexperiente diplomaticamente: "Não consultei ninguém sobre nomeá-lo. O que influenciou minha mente foi seu mérito, que prezo: eu espero, senhor, que prove que eu acertei".Ele era um homem bonito e charmoso, tinha 1,95 m de altura, olhos azuis e cabelo loiro. O historiador Jeffrey D. Needell afirmou que em Paranhos, Honório Hermeto tinha "um homem com distinta habilidade literária, com um passado militar e um incomum bom conhecimento técnico, com instintos políticos e coragem política comprovada, e com uma necessidade clara para um novo patrono com o recente eclipse de Aureliano [Coutinho]". Tudo isso, além de uma cabeça fria, excepcionais habilidade oratórias, energia inesgotável e uma mente culta e criativa, lhe fizeram a pessoal ideal para o cargo.

Os dois homens chegaram em Montevidéu para negociações em 2 de novembro. Honório Hermeto assinou no dia 21 um tratado de aliança com o Uruguai e as províncias argentinas dissidentes de Entre Ríos e Corrientes. Uma divisão brasileira, junto com tropas uruguaias e argentinas, invadiu a Argentina. Os aliados venceram a Batalha de Monte Caseros em 3 de fevereiro de 1852 e derrotaram Rosas, que fugiu para o Reino Unido. Para Needell, Paranhos "rapidamente adaptou suas próprias habilidades para as necessidades da missão. Ele demonstrou não apenas as esperadas inteligência e habilidade verbal, más uma surpreendentemente rápida compreensão das questões e dos atores, lidando com as complicações com dinâmica, mostrando um dom para a decisão, uma capacidade de trabalho, um olho para os detalhes e um instinto de se impor que conquistou a aprovação de Honório [Hermeto] e, após algumas hesitação (supostamente porque Paranhos era um novato, no modo de pensar de Paulino Soares), o apoio de Paulino [Soares]". Bartolomé Mitre, um aliado do Brasil contra Rosas e que posteriormente se tornou presidente da Argentina, lembraria-se décadas depois que Paranhos havia sido a "alma" da missão diplomática bem sucedida liderada por Honório Hermeto.

Paranhos ficou para trás quando Honório Hermeto voltou para o Brasil, tendo sido nomeado o ministro diplomático brasileiro no Uruguai. Seu tempo no Uruguai lhe permitiu adquirir uma compreensão da dinâmica que caracterizava as nações hispano-americanas da época. Nesses países era comum a existência de crises intermitentes que levariam ou resultariam em golpes de estado, governos ditatoriais, partidarismo político e guerras civis. Uma tendência e habilidade para a diplomacia ficou evidente durante sua estadia – como notou em fevereiro de 1853 o satisfeito Visconde do Uruguai, ainda Ministro das Relações Exteriores: "De maneira geral, eu aprovo o que nossos representantes diplomáticos fazem; entretanto, quase sempre me parece que, caso eu estivesse em seus lugares, teria feito melhor. Más com o Dr. Paranhos o pensamento não me ocorre. Todas as vezes que leio seus comunicados, digo a mim mesmo: 'Isto é precisamente o que eu teria feito ou dito'".

Honório Hermeto (agora Visconde do Paraná) foi nomeado em 6 de setembro de 1853 como o Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) e encarregado de organizar um novo gabinete. Pedro II queria avançar seu próprio plano ambicioso, que ficou conhecido como "a Conciliação".O objetivo era colocar um fim na erupção periódica de conflitos armados entre facções políticas, como havia ocorrido da Revolta Praieira. Tinha se tornado comum para partidos que haviam perdido o poder pelas eleições tentar reconquistá-lo através da força. A Conciliação tinha a intenção de fortalecer o papel do parlamento na solução das disputas políticas do país. Ambos os partidos seriam obrigados a deixar o partidarismo político de lado e ao invés disso dedicarem-se ao bem geral da nação.

Paraná convidou vários liberais a entrar no Partido Conservador e até mesmo nomeou alguns para serem ministros. Um deles era Paranhos, que assumiu o cargo de Ministro das Relações Exteriores em 1855. Ele ainda estava em Montevidéu quando soube que Paraná havia conseguido elegê-lo como deputado em 1853. O gabinete foi muito bem sucedido, porém enfrentou desde o início uma grande oposição por parte de membros do Partido Conservador que repudiavam os novos recrutas Liberais, acreditando que eles não partilhavam verdadeiramente dos ideais do partido e estavam principalmente interessados em conseguir cargos públicos. Paraná demonstrou grande resiliência ao enfrentar ameaças e superar obstáculos e contratempos.

Paraná morreu repentinamente em setembro de 1856 e seu gabinete conseguiu sobreviver por apenas mais alguns meses. O imperador, apesar de cético quanto aos meios que a Conciliação foi implementada, aprendeu a apreciar seus méritos e queria que ela continuasse. O apoio de Pedro II deu uma nova chance à Conciliação e permitiu que Paranhos voltasse ao governo novamente em 12 de dezembro de 1858 como Ministro das Relações Exteriores.55 A questão mais urgente que ele enfrentou foi a persistente recusa do governo do Paraguai em permitir que navios brasileiros acessassem a província do Mato Grosso. Na época a melhor e mais rápida maneira de chegar naquela distante província era viajar pelo Oceano Atlântico e entrar nos rios que fluiam pelas nações ao sul do Brasil. Um dos motivos da guerra contra a Argentina em 1851 era garantir a livre passagem de navios. A crise entre o Brasil e o Paraguai se arrastava desde a época que Paranhos fazia parte do gabinete de Paraná. Ele assinou um tratado em 12 de fevereiro de 1858 que permitia a livre navegação pelos rios paraguaios. Isso adiou o início de uma guerra, que viria a ocorrer em 1864.

Liga Progressista

Os ultraconservadores que eram contra a política da Conciliação eram liderados por Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí, Eusébio de Queirós e o agora Visconde do Uruguai. Esses estadistas mais velhos eram da mesma geração de Paraná e haviam assumido a liderança do Partido Conservador após a morte dele. Apesar de Conservadores no nome, eles repetidas vezes em várias áreas mostraram-se mais progressistas que seus rivais Liberais. Uruguai virou o patrono de Paranhos desde a missão diplomática de 1851 e muito influenciou seu protegido,46 que inicialmente ficou com os ultraconservadores. Paranhos conseguiu persuadir Caxias (que havia sido o comandante geral brasileiro na Guerra do Prata, Ministro da Guerra no Gabinete de Conciliação e sucessor de Paraná na presidência do conselho) a permanecer do lado da velha guarda Conservadora.

Nenhum dos gabinetes durou muito depois de 1857. Eles rapidamente caiam pela falta de maioria na Câmara dos Deputados. O Partido Conservador estava dividido: de um lado estavam os ultraconservadores e do outro lado os conservadores moderados. Uma nova geração de políticos surgiu após o Gabinete de Reconciliação, querendo muito adquirir mais poder dentro do partido. Paranhos pertencia a esse grupo mais jovem. Esses homens viam seu caminho até o topo como estando bloqueado pelos Conservadores mais velhos, que não estavam dispostos a abrir mão do controle.

Os membros restantes do Partido Liberal, que definhava desde a Revolta Praieira de 1849, aproveitaram a aparente dissolução iminente do Partido Conservador para voltarem à política nacional com força renovada. Eles deram um duro golpe no governo em 1860 quando conseguiram vencer vários assentos na Câmara dos Deputados. O imperador pediu em 2 de março de 1861 para Caxias liderar um novo gabinete. Ele escolheu Paranhos como Ministro da Fazenda (e Ministro das Relações Exteriores interino), que logo se tornou o braço direito de Caxias. Sua influência tornou-se tão grande que o novo ministério ficou conhecido como o "Gabinete Caxias–Paranhos".

O novo governo enfrentou um grande desafio: a Câmara dos Deputados estava dividida em três grupos: os ultraconservadores, os moderados e os Liberais. Caxias e Paranhos nomearam homens que eram ultraconservadores ou moderados para os ministérios restantes, uma tentativa de revigorar a oposição Liberal e consolidar uma maioria governamental. Mesmo conseguindo recrutar apoiadores suficientes vindos de fora do partido para formar um governo, o gabinete estava prejudicado desde o início por conta da falta de unidade interna. Ele foi condenado quando José Tomás Nabuco de Araújo Filho, amigo de Paranhos e antigo colega do Gabinete de Conciliação, fez um discurso que defendia a fusão dos Conservadores Moderados e os Liberais em um novo partido político.

O discurso foi recebido com tanto entusiasmo que ambos os grupos votaram como uma facção única e coesa, deixando o governo sem maioria. O gabinete pediu para Pedro II dissolver a câmara e convocar novas eleições, porém ele se recusou. Sem alternativa os ministros renunciaram, e em 24 de maio de 1862 o imperador nomeou um membro da coalizão Moderada-Liberal para formar um novo gabinete. O novo partido foi chamado de Liga Progressista, porém a maioria de seus membros eram Conservadores. O novo gabinete encerrou catorze anos de domínio Conservador na política nacional. A derrota não foi uma perda total para Paranhos, já que havia sido nomeado por Pedro II como senador vitalício pelo Mato Grosso em novembro de 1862, logo depois de ter conseguido o maior número de votos na eleição. Ele assumiu seu posto como senador em 5 de março de 1863.

Diplomata

Outra guerra civil estourou no Uruguai e colocou seus partidos políticos uns contra os outros. O conflito interno levou ao assassinato de brasileiros e o saque de suas propriedades uruguaias. O gabinete Progressivo do Brasil decidiu intervir e enviou um exército, que invadiu o Uruguai em dezembro de 1864, iniciando a breve Guerra do Uruguai. 

Francisco Solano López, o ditador do Paraguai, aproveitou a situação uruguaia para estabelecer seu país como uma potência regional. Ele ordenou em novembro de 1864 que um navio a vapor brasileiro fosse tomado, iniciando a Guerra do Paraguai. Em dezembro o exército paraguaio invadiu a província do Mato Grosso (atual estado do Mato Grosso do Sul). Quatro meses depois o Paraguai invadiu o território da Argentina em preparação para um ataque contra a província brasileira de São Pedro do Rio Grande do Sul.

Aquilo que parecia uma simples intervenção militar de curta duração acabou levando a uma guerra total no sudeste da América do Sul. O gabinte Progressivo nomeou Paranhos como ministro plenipotenciário. Sua missão era terminar o conflito com o Uruguai para que o Brasil pudesse concentrar sua atenção na ameaça mais séria imposta pelo Paraguai. Ele chegou na capital argentina Buenos Aires em 2 de dezembro de 1864. Paranhos assinou um tratado com o governo uruguaio em 20 de fevereiro de 1865, encerrando a guerra. Ele não apenas conseguiu trazer a paz más também forjou uma aliança entre o Brasil, a Argentina e os rebeldes do Uruguai (que formaram o novo governo pós-guerra) contra o Paraguai. O pacto mais tarde seria oficialmente assinado como o Tratado da Tríplice Aliança.

O almirante Joaquim Marques Lisboa, Barão de Tamandaré (mais tarde Marquês de Tamandaré), comandante geral das forças brasileiras e membro da Liga Progressista, reclamou com o gabinete sobre os acordos engenhados por Paranhos. Na época que o tratado foi concluído, Montevidéu estava cercada por tropas brasileiras e sob bloqueio pela marinha. Tamandaré e o gabinete estavam ansiosos pelo fim do conflito que resultaria na conquista da capital inimiga e no aumento da popularidade do governo brasileiro. Entretanto, Paranhos impediu tal resultado. Ele foi demitido do cargo em retaliação pela conclusão sem derramamento de sangue. Ao voltar para o Brasil ele se defendeu no senado: "Digam [...] o que quiserem sobre o ato diplomático de 20 de fevereiro; vocês não serão capazes de tirar de mim esta grande convicção: o pensamento que naquela solução eu salvei a vida de 2.000 compatriotas, [e] evitei a destruição de uma importante capital". Mesmo assim, ele recebeu prêmios no Uruguai, na Argentina e até mesmo no Brasil por suas realizações ao engenhar o fim do conflito e formar uma aliança.

Guerra do Paraguai

O Conde d'Eu (com a mão na cintura) com Paranhos (à sua esquerda, de calça branca e cartola) e Alfredo d'Escragnolle Taunay (entre os dois) junto com oficiais brasileiros em 1870.

A Liga Progressista foi marcada desde seu início por conflitos internos entre a ala Progressista (os antigos Moderados Conservadores) e os Históricos (os antigos Liberais). Todos os gabinetes formados pela liga depois de 1862 duraram pouco. A invasão paraguaia em 1864 levou a um conflito muito mais extenso do que era esperado, aumentando as tensões dentro do partido. Ocorreu uma briga em 1868 entre Caxias (comandante geral das forças brasileiras na guerra) e o gabinete Progressivo, fazendo com que os ministros renunciassem depois de perderem sua credibilidade para prosseguir com a guerta. Pedro II acabou chamando os Conservadores de volta para o poder em julho. Mais uma vez Paranhos – que desde 18 de agosto de 1866 era membro extraordinário do Conselho de Estado – se tornou Ministro das Relações Exteriores.

A ascensão do Partido Conservador forçou a união dos Progressistas e os Históricos – algo que eles não haviam conseguido realizar enquanto estavam no poder. A coalizão Progressita–Histórica foi rebatizada como Partido Liberal (o terceiro a ter esse nome na história do Brasil).nota 2 Sua ala mais radical se declararia em 1870 como republicana – um sinal dos tempos para o fim da monarquia no final da década seguinte.

A capital paraguaia Assunção foi tomada em 1 de janeiro de 1869, levando a crença difundida que a guerra estava próxima de seu fim. Paranhos partiu para Assunção em 1 de fevereiro como ministro plenipotenciário com o objetivo de concluir um acordo de paz. Ele levou consigo como secretário seu filho mais velho José Maria da Silva Paranhos Júnior (posterior Barão do Rio Branco). Os dois eventualmente viriam a romper relações devido a um caso entre Paranhos Júnior e uma atriz belga que produziria vários filhos. Apesar do casal ter vivido juntos, eles nunca se casaram e nunca houve um reconhecimento formal da existência dela e de seus filhos. Paranhos desaprovava a vida pessoal do filho, que era considerada escandalosa para a sociedade brasileira do século XIX. Paranhos Júnior viria a ter uma grande carreira como Ministro das Relações Exteriores muito depois da morte de seu pai e o estabelecimento do republicanismo no Brasil. Ele passou a ser considerado como um dos maiores herois da nação por seu papel importantíssimo ao definir as fronteiras internacionais do país, sendo oficialmente designado como o patrono da diplomacia brasileira.

A missão diplomática chegou em Assunção no dia 20 de fevereiro de 1869. O lugar era na época uma pequena cidade de ruas de terra e muitos prédios feitos de pouco mais que palha. O país não tinha um governo com López fugindo. Paranhos teve que criar um governo provisório que poderia assinar o tratado e reconhecer a fronteira reivindicada pelo Brasil. Mesmo com o Paraguai devastado, o vácuo político deixado pela deposição de López foi rapidamente preenchido por facções emergentes que Paranhos precisava acomodar. De acordo com o historiador Francisco Doratioto, Paranhos, "o então maior especialista brasileiro em assuntos Platinos", teve um papel "decisivo" ao criar um governo paraguaio democrático. Dessa forma o Paraguai permaneceu como país independente. Mais tarde em 20 de junho de 1870, foram assinados os protocolos preliminares de paz. O acordo de paz final aceitando as reivindicações do Brasil foi assinado em janeiro de 1872.

Paranhos teve que lidar com outra séria questão enquanto estava no Paraguai. O príncipe Gastão, Conde d'Eu – neto do rei Luís Filipe I da França e marido de D. Isabel, Princesa Imperial e herdeira de Pedro II – havia sucedido Caxias como o comandante geral das forças brasileiras. O príncipe entrou em depressão depois de um bom começo com sucessivas vitórias contra os restos do exército de López. Paranhos acabou se tornando o comandante-geral de facto do exército. López foi encontrado e morto em 1 de março de 1870, encerrando a guerra. O imperador conferiu a Paranhos no dia 20 de junho o título de Visconde do Rio Branco (o nome do rio que o Paraguai reivindicava como sua fronteira com o Brasil) com a distinção de Grandeza. Rio Branco (como Paranhos ficou conhecido) se tornou membro do Conselho de Estado em 20 de outubro.

Enquanto ainda estava no Paraguai, Rio Branco foi chamado de volta ao Brasil tendo recebido notícias adiantadas que Pedro II tinha a intenção de lhe oferecer o cargo de Presidente do Conselho de Ministros. O imperador estava querendo aprovar um controverso projeto de lei que alforriaria imediatamente crianças nascidas de mulheres escravas. O império havia passado por grandes mudanças desde que Rio Branco havia começado sua carreira política. Décadas de paz interna, estabilidade política e prosperidade econômica criaram uma situação em que tudo "parecia estar bem definido para o futuro"– embora o tempo iria provar o contrário. O fim da Guerra do Paraguai trouxe consigo aquilo que viria ser considerada como a "Era de Ouro" e apogeu do Império do Brasil. A reputação internacional do país de estabilidade política melhorou muito, junto com o progressivismo e o potencial de investimento que, com exceção dos Estados Unidos, eram inigualáveis por outra nação americana. A economia começou a passar por um rápido crescimento e a imigração aumentou. Foram adotados vários projetos de modernização como ferrovias e comércio. Com o fim da escravidão já se aproximando "e outras reformas projetadas, as perspectivas de 'avanços morais e materiais' pareciam vastas".

Pedro II planejou uma viagem pela Europa e que consequentemente resultaria em sua ausência por quase um ano. Em seu lugar, sua filha Isabel tornou-se a regente do império. Ela era jovem e inexperiente e dessa forma Rio Branco não poderia contar com a intervenção imperial para ajudá-lo na aprovação da lei anti-escravidão do imperador. Nessa época, a velha guarda Conservadora havia ficado para trásnota 6 e ele lideradava o partido. Rio Branco formou seu gabinete em 7 de março de 1871 e ele iria durar até 25 de junho de 1875 – o segundo mais longo da história do império. Rio Branco tornaria-se o primeiro-ministro de maior mandato da história brasileira. Exceto um, todos os seus ministros eram jovens e inexperientes. Apenas um deles alcançou proeminência: João Alfredo Correia de Oliveira, que como presidente do conselho conseguiria em 13 de maio de 1888 a aprovação da Lei Áurea, que acabou completamente com a escravidão no Brasil.

Lei do Ventre Livre

O projeto de lei para alforriar crianças nascidas de mulheres escravas (e dessa forma limitar a duração da escravidão para o período de vida dos escravos ainda vivos) foi apresentado na Câmara dos Deputados em 12 de maio de 1871. Ele enfrentou "uma oposição determinada, que vinha com o apoio de por volta um terço dos deputados e que procuravam organizar a opinião pública contra a medida".De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, Rio Branco "teve que usar toda sua energia extraordinária e habilidade de liderança para convencer os deputados", já que havia oposição de membros tanto do Partido Conservador quando do Liberal. Ele realizou 21 discursos na câmara e no Senado defendendo a aprovação de legislação. A abolição da escravatura tinha grande oposição nos principais círculos de poder. Até o próprio Rio Branco tinha sido inicialmente contra a proposta, temendo seu impacto na estabilidade nacional, porém ele começou a acreditar depois de 1867 que a medida era necessária.

A legislação foi forçada através da Câmara dos Deputados pelo repetido uso de clôture para agilizar seu processo. O projeto de lei foi finalizado no final de agosto e levado ao Senado para consideração. O Senado finalmente aprovou a medida em 27 de setembro de 1871. Isabel assinou a legislação no dia seguinte e ela ficou conhecida como a "Lei do Ventre Livre".De acordo com a historiadora Lidia Besouchet, naquele momento "ninguém [no Brasil] tinha mais popularidade que Rio Branco". Artigos o elogiando e contando sua história de vida e carreira apareceram em jornais dos Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, França, Itália, Portugal, Espanha e outras nações estrangeiras. Para Besouchet, a aprovação da lei foi o apogeu da carreira política de Rio Branco.

Apesar da realização, a aprovação da lei danificou seriamente as perspectivas de longo prazo do império. Ela "dividiu os Conservadores no meio, uma facção apoiou as reformas do gabinete de Rio Branco, enquanto a segunda – conhecida como 'escravocratas' – eram implacáveis em sua oposição". A última era formada pelos ultraconservadores, liderados por Paulino José Soares de Sousa, 2.º Visconde do Uruguai.nota 9 A legislação e o apoio que Pedro II fez com que os ultraconservadores deixassem de ser incondicionalmente leais a monarquia.

O Partido Conservador havia anteriormente passado por uma séria divisão na década de 1850, quando o apoio total do imperador à política de Conciliação permitiu o surgimento da Liga Progressista. A diferença naquela época era que os ultraconservadores contra a Conciliação viam Pedro II como indispensável para o funcionamento do sistema político: um árbitro final e imparcial na ameaça de impasse. Esta nova geração de ultraconservadores, diferentemente de seus predecessores, não tinha passado pelo Período Regencial e os primeiros anos do reinado do imperador, quando os perigos externos ameaçavam a existência da nação. Eles apenas conheciam a prosperidade e uma administração estável. Os políticos mais jovens não viam motivos para manter e defender o cargo imperial como força unificadora benéfica para o país.

Além da questão da escravidão, o gabinete avançou várias medidas para tratar pedidos de reformas políticas e administrativas. Entretanto, todas elas – incluindo a Lei do Ventre Livre – foram apenas parcialmente eficientes por causa de vários buracos. As crianças nascidas de mulheres escravas, apesar de declaradas livres mesmo depois da sanção da lei, eram mantidas pelos donos de escravos até os 21 anos. Era verdade que "incapaz de se reproduzir, a escravidão eventualmente desapareceria", porém o status que foi mantido por pelo menos mais duas décadas. Na prática, como o historiador Roderick J. Barman resumiu, a "lei mudou tudo e mudou nada". Outras reformas também tinham deficiências. A legislação da reforma policial de 1871 teoricamente limitava os poderes da polícia de realizar prisões arbitrariamente e protegia as liberdades civis, porém essas limitações eram geralmente ignoradas.

Questão religiosa

Caricatura satirizando a Questão religiosa. A legenda diz: "Sua Majestade aproveitou a ocasião para, não desfazendo no macaroni do Papa, fazer valer as vantagens e excelência de uma boa feijoada".

O governo teve que lidar enquanto isso com uma crise séria e prolongada envolvendo a Igreja Católica. O catolicismo era a religião oficial do Brasil e existia certo grau de controle do estado herdado do domínio português, incluindo a nomeação de clérigos. Essa situação levou a um estado de coisas em que o clero católico era visto como sendo insuficiente, indisciplinado e mal educado, criando uma perda de autoridade moral e respeito popular pela igreja. Houve várias medidas com a intenção de enfraquecer a autoridade papal sobre a igreja brasileira, incluindo a suspensão em 1856 da aceitação de noviços em mosteiros e a introdução do direito de apelação à coroa em 1857 sobre a maioria das questões religiosas, com nenhuma das duas tendo sido aceitas em Roma.

O governo imperial queria reformar a igreja e nomeou vários bispos reformadores e cultos. Apesar desses bispos concordarem com o governo sobre a necessidade de uma reforma, eles não compartilhavam a visão de Pedro II sobre a subserviência da igreja para o governo, tendendo a serem influenciados pelo ultramontanismo que enfatizava lealdade ao papado sobre os poderes civis.

Um dos bispos da nova geração era D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, o Bispo de Olinda. Ele expulsou em 1872 os maçons das irmandades. Todas as formas de maçonaria há muito haviam sido proíbidas para todos os católicos sob a pena de excomungação.

Rio Branco era grão-mestre da Grande Oriente do Brasil, a maior loja maçônica brasileira. Não se sabe exatamente quando ou como ele se tornou um maçom, porém ele era membro desde pelo menos 1840. A maçonaria brasileira não era vista como hostil com a igreja da mesma maneira que as lojas europeias. Na opinião de Roderick J. Barman, nem "o presidente do Conselho ou seus associados poderiam ser acusados de ateísmo ou hostilidade contra a religião".

O governo ficou do lado dos maçons e contra a igreja, ordenando que D. Vital voltasse atrás, algo que ele se recusou a fazer. A recusa fez com que os bispos fossem julgados em 1874 na Suprema Corte de Justiça e condenados a quatro anos de trabalhos forçados, que foi comutada para quatro anos de prisão sem trabalho. Rio Branco explicou em uma carta datada de agosto de 1873 que acreditava que o governo "não poderia comprometer o caso" já que "envolve princípios essenciais para a ordem social e soberania nacional".Essas ações estavam de acordo com seus próprios pontos de vista, porém suas convicções foram reforçadas pelas conclusões idênticas do imperador. Pedro II considerava Rio Branco como seu político favorito e um segundo no comendo que ele podia confiar. O monarca teve um papel decisivo ao apoiar as ações do governo contra os bispos. O historiador Roderick J. Barman criticou a falta de independência que Rio Branco mostrou em relação a Pedro II, dizendo que o presidente do conselho apenas seguia políticas que não desagradavam o imperador ou que tinham seu total apoio. O julgamento a aprisionamento dos bispos foi muito impopular.

Enquanto isso a imposição do sistema métrico causou insatisfação no nordeste do país em 1874. Balanças e medidores métricos foram destruídos pelo povo e registros de impostos e de terras foram queimados. O movimento foi chamado de Quebra Quilos e não teve um impacto duradouro – porém veio a ilustrar a insatisfação popular e foi um caso embaraçoso para o governo.

Suspeitou-se que as revoltas do Quebra Quilos estavam sendo toleradas pelos padres, e isso junto com a prisão dos bispos chamou a atenção para o governo imperial preso em uma situação sem possibilidades de vitória. A crise seria apenas aliviada pela substituição de todo o e a relutante anistia dos bispos por parte do imperador. O historiador Heitor Lira culpou Rio Branco, seu gabinete, os bispos e principalmente Pedro II pela confusão. Todos os envolvidos mostraram falta de tato e suas intransigências apenas pioraram a situação – mais ainda para a própria monarquia. A maior consequência da crise foi o clero deixando de ver benefícios no apoio ao imperador. Apesar deles terem o abandonado, a maioria ainda aguardava ansiosamente a ascensão de sua filha e herdeira Isabel por causa de suas visões ultramontantistas.

Últimos anos

O gabinete de Rio Branco estava cada vez mais dividido e eles renunciaram em junho de 1875, tendo servido durante quatro anos. A viabilidade do gabinete tinha sido prejudicada pela Questão Religiosa com a igreja e por uma crise financeira internacional que causou a falência de vários bancos brasileiros. O imperador tentou em vão convencer Rio Branco a continuar como chefe de governo. Ele respondeu em uma carta: "Sabe Vossa Majestade que eu desejo entregar o meu posto a quem melhor possa ocupar. Se não enfermei ainda em público, não é duvidoso que estou cansado".Pedro II não queria nomear o 2.º Visconde do Uruguai como substituto de Rio Branco para impedir que a facção ultraconservadora voltasse ao poder. Assim ele chamou Caxias para liderar um novo gabinete.

O gabinete de Caxias durou por quase três anos até os Liberais assumirem o governo em janeiro de 1878. Rio Branco decidiu fazer uma viagem de um ano pela Europa já que o Partido Conservador tinha se tornado a oposição, passando por vários países. Ele se encontrou com a rainha Vitória do Reino Unido, o rei Humberto I da Itália, o papa Leão XIII e outros líderes. Ele também visitou seu filho mais velho, que na época estava vivendo em Liverpool como consul do Brasil. Porém não se encontrou com os netos, não se sabendo se por ter se recusado ou pelo filho não lhes ter aprensentado. Rio Branco foi recebido com grandes celebrações por todos os portos que passou assim que voltou para o Brasil: em Recife, sua cidade natal Salvador e por fim chegando em 30 de julho de 1879 no Rio de Janeiro.

Porém, ele estava morrendo. Os primeiros sintomas de um câncer de boca começaram a aparecer enquanto ainda estava na Europa. Rio Branco era um fumante pesado, diariamente fumando até trinta charutos cubanos importados de Havana especialmente para ele. Ele ainda estava fazendo aparições no parlamento e discursando até julho de 1880, más depois dessa data ele não conseguia mais comparecer. Rio Branco mesmo assim manteve-se informado sobre os desenvolvimentos políticos e continuou a comparecer nas reunião do Conselho de Estado. Anteriormente ele já havia se aposentado como professor em 1877.

Ele ainda era capaz de falar sem problemas até o dia 30 de outubro.134 Seus médicos realizaram várias cirurgias em vão e o câncer acabou se alastrando para sua garganta. Ele sofreu um forte ataque de meningite durante uma noite. Rio Branco disse em um delírio causado pela frebre que "Não perturbem a marcha do elemento servil [para seu fim]". Seu último aviso foi ignorado, já que ao invés de simplesmente deixar a escravidão lentamente morrer, seus últimos resquícios foram agressivamente extinguidos em 1888 pela Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel e pelo então presidente do conselho João Alfredo Correia de Oliveira. Rio Branco morreu às 7h05min do dia 1 de novembro de 1880 na cidade do Rio de Janeiro. Suas últimas palavras foram: "Eu confirmarei perante Deus tudo aquilo que afirmei aos homens".

Legado

A morte de Rio Branco foi recebida com muita tristeza por toda a nação. Nas palavras do próprio Pedro II ela foi "uma grande perda para o Brasil".No dia seguinte de seu falecimento mais de vinte mil pessoas foram para as ruas do Rio de Janeiro acompanhar sua grandiosa procissão fúnebre. Ele foi honrado com elegias e salvas de tiros.

A abrupta abolição da escravidão, que Rio Branco era contra, ocorreu oito anos depois de sua morte. O resultado foi a alienação da facção ultraconservadora do Visconde do Uruguai e poderosos interesses políticos. Eles formaram uma aliança com republicanos e oficiais militares descontentes que por fim levaram a abolição do império em 15 de novembro de 1889.

O líder abolicionista brasileiro Joaquim Nabuco escreveu no final do século XIX que Rio Branco era, de todos os políticos do reinado de Pedro II, aquele mais adequado para o cargo de Presidente do Conselho de Ministros. Nabuco o considerou como um dos maiores estadistas do império. Entretanto, ele também disse que existiam muitos outros políticos que eram bem melhores legisladores e criadores de doutrinas que Rio Branco. Porém diferentemente de outros, que eram brilhantes em uma ou outra habilidade, mas falhos em outras, Rio Branco era bom – porém não excepcional – em todas. Em outras palavras era um generalista competente. A visão de Nabuco era que Rio Branco talvez não fosse o melhor líder em períodos tumultuosos – como na anarquia que se instaurou durante a minoridade do imperador ou ao final de algum período de caos quando ações fortes eram necessárias – por causa da sua falta de habilidades de primeira classe. Mesmo assim ele era a escolha perfeita para em uma época de paz e estabilidade onde suas várias habilidades poderiam brilhar. Essas características se encaixavam perfeitamente na situação do Brasil em 1871 quando Rio Branco se tornou Presidente do Conselho de Ministros.

De acordo com o historiador Heitor Lira, Rio Branco foi o maior político de sua época, com apenas o Marquês do Paraná estando no mesmo nível, porém mesmo assim Paraná "não possuía nem a serenidade, nem a maleabilidade política, nem a visão objetiva de Rio Branco".O historiador José Murilo de Carvalho afirmou que "Rio Branco foi sem dúvida o mais completo estadista da época".14 Ronaldo Vainfas escreveu que ele era "um típico conservador modernizante, que procurou implementar as reformas propagandeadas pelos liberais, esvaziando o programa político da oposição".

A historiadora Lidia Besouchet acredita que Rio Branco foi "um dos principais apoiadores [da monarquia]" e com sua morte – junto com a de outros políticos veteranos – fez o império começar a entrar em colapso (uma visão partilhada por outros historiadores). Hélio Viana o considerou "um dos estadistas mais notáveis do Império".Já o historiador Roderick J. Barman teve uma visão bem menos elogiosa, dizendo que apesar dele ter tido "sucesso como ministro e diplomata",além de "ter mais do que provado suas capacidades" durante a ausência do monarca,93 Rio Branco "não possuía, como Paraná, a personalidade e posição política para agir independentemente do Imperador. Ele era o agente de Pedro II".

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Maria_da_Silva_Paranhos

Haroldo Andrade Silva, (Curitiba, 1º de maio de 1934 – Rio de Janeiro, 1º de março de 2008), popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do “Serviço de Alto-Falantes Iguaçú”, na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência quer a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", de repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o Concerto Nº 1 para Piano e Orquestra, do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões. Foi quando lançou o programa Musifone, em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do Musifone, Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 6 de novembro daquele ano, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das seis às oito horas da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde. Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

No final de 1965 Haroldo passa a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz. Em 1966 passa a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofre um acidente automobilístico que lhe deixaria sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passa a se apresentar na TV Excelsior, onde ganha um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passa a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

No rádio, o grande destaque do Programa Haroldo de Andrade passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o “Programa Haroldo de Andrade” recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a Maior Personalidade no Ar.

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para “se casar” com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983. Mas no final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Haroldo não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o Programa Haroldo de Andrade saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo ‘’dial’’ de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 7 de novembro de 2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade. Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais. Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15 horas do dia 1º de março de 2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju. Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 6 de março de 2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 5 de maio de 2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19 de maio de 2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade. No dia 12 de setembro do mesmo ano, foi inaugurado no interior da estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Curiosidades

O Programa Haroldo de Andrade, com a voz do comunicador, é citado na comédia Bendito Fruto, produção de 2004 de Sérgio Goldenberg.

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Haroldo_de_Andrade

Ernesto Júlio de Nazareth (Rio de Janeiro, 20 de março de 1863 — 1º de fevereiro de 1934) foi um pianista e compositor brasileiro, considerado um dos grandes nomes do Tango Brasileiro, atualmente (desde a década de 20 do século XX) considerado um subgênero do choro.

Ernesto Nazareth nasceu na casa nº 9 da Rua do Bom Jardim (atual Rua Marquês de Sapucaí), na encosta do então Morro do Nheco (hoje Morro do Pinto), na região do Porto do Rio de Janeiro. Era filho do despachante aduaneiro Vasco Lourenço da Silva Nazareth e de D. Carolina Augusta da Cunha Nazareth. Sua mãe foi quem lhe apresentou ao piano e lhe ministrou as primeiras noções do instrumento, mas após a sua morte, em 1874, Nazareth passou a receber lições de Eduardo Rodolpho de Andrade Madeira, amigo da família, e, mais tarde, lições de Charles Lucien Lambert, um afamado professor de piano de Nova Orleans, radicado no Rio de Janeiro e grande amigo de Louis Moreau Gottschalk.

Aos 14 anos compôs sua primeira música, a polca-lundu "Você bem sabe", editada, no ano seguinte, pela famosa Casa Arthur Napoleão.

Em 1879, escreveu a polca "Cruz, perigo!!". Em 1880, com 17 anos de idade fez sua primeira provável apresentação pública, no Club Mozart. No ano seguinte, compôs a polca "Não caio noutra!!!", seu primeiro grande sucesso, com diversas reedições. Em 1885, apresentou-se em concertos em diferentes clubes da corte. Em 1893, a Casa Vieira Machado lançou uma nova composição sua, o tango "Brejeiro", com o qual alcançou sucesso nacional e até mesmo internacional, sendo pulicada em Paris e nos EUA em 1914.

Em 14 de julho de 1886, casou-se com Theodora Amália Leal de Meirelles, com quem teve quatro filhos: Eulina, Diniz, Maria de Lourdes e Ernestinho.

Seu primeiro concerto como pianista realizou-se em 1898. No ano seguinte foi feita a primeira edição do tango "Turuna". Em 1902, teve sua primeira obra gravada, o tango brasileiro "Está Chumbado" pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em 1904 sua composição "Brejeiro" foi gravada pelo cantor Mário Pinheiro com o título de "O sertanejo enamorado", com letra de Catulo da Paixão Cearense. Em 1908, começou a trabalhar como pianista na Casa Mozart. No ano seguinte, participou de recital realizado no Instituto Nacional de Música, interpretando a gavotta "Corbeille de fleurs" e o tango característico "Batuque".

Em 1919, começou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Carlos Gomes à Rua Gonçalves Dias, de propriedade do também pianista e compositor Eduardo Souto, com a função de executar músicas para serem vendidas. Na época, a maneira mais comum de se tomar conhecimento das as novidades musicais era através das casas de música e seus pianistas demonstradores. Não havia rádio, os discos eram raros, e o cinema, mudo. Em 1919, a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro gravou os tangos "Sarambeque" e "Menino de ouro" e a valsa "Henriette". E em 1920, Heitor Villa-Lobos dedicou a ele a peça "Choro nº 1", para violão.

Intérprete constante de suas próprias composições, Nazareth apresentava-se como pianista em salas de cinema, bailes, reuniões e cerimônias sociais. De 1909 a 1913, e de 1917 a 1918, trabalhou na sala de espera do antigo Cinema Odeon (anterior ao prédio moderno da Cinelândia), onde muitas personalidades ilustres iam àquele estabelecimento apenas para ouvi-lo. Foi em homenagem à famosa sala de exibições que Nazareth batizou sua composição mais famosa, o tango "Odeon". No mesmo Cine Odeon travou conhecimento, entre outros, com o pianista Arthur Rubinstein e com o compositor Darius Milhaud, que viveu no Brasil entre 1917 e 1918 como secretário diplomático da missão francesa.

"Seu jogo fluido, desconcertante e triste ajudou-me a compreender melhor a alma brasileira", declarou Milhaud sobre Ernesto Nazareth. Trechos de canções de Nazareth foram citadas por Milhaud em seu balé Le Boeuf sur le Toit (O Boi no Telhado) e a suíte "Saudades do Brasil".

Em 1922 foi convidado pelo compositor Luciano Gallet a participar de um recital no Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, onde executou seus tangos "Brejeiro", "Nenê", "Bambino" e "Turuna". Esta iniciativa encontrou resistência, tendo sido necessária a intervenção policial para garantir a realização do concerto.

Em 1926, Nazareth embarcou para uma turnê no estado de São Paulo, que foi planejada inicialmente para durar 3 meses, mas acabou se prolongando por 11 meses, com concertos na Capital, Campinas, Sorocaba e Tatuí. Tinha então 63 anos, e foi a primeira vez que saiu do estado do Rio de Janeiro. Foi homenageado pela Cultura Artística de São Paulo e tocou no Conservatório Dramático e Musical de Campinas. Apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo, sendo precedido por uma conferência do escritos e musicólogo Mário de Andrade, sobre sua obra, na qual afirmou: "Por todos esses caracteres e excelências, a riqueza rítmica, a falta de vocalidade, a celularidade, o pianístico muito feita de execução difícil, a obra de Ernesto Nazaré se distancia da produção geral congênere. É mais artística do que a gente imagina pelo destino que teve, e deveria estar no repertório dos nossos recitalistas. Posso lhes garantir que não estou fazendo nenhuma afirmativa sentimental não. É a convicção desassombrada de quem desde muito observa a obra dele. Se alguma vez a prolixidade encomprida certos tangos, muitas das composições deste mestre de dança brasileira são criações magistrais, em que a força conceptica, a boniteza da invenção melódica, a qualidade expressiva, estão dignificadas por uma perfeição de forma e equilíbrio surpreendentes". Em 1927, Nazareth retornou ao Rio de Janeiro.

Foi um dos primeiros artistas a tocar Rádio Sociedade (atual Rádio MEC do Rio de Janeiro). Em 1930, concluiu sua última composição, a valsa "Resignação". No mesmo ano, gravou ao piano a polca "Apanhei-te, cavaquinho" e os tango brasileiros "Escovado", "Turuna" e "Nenê" de sua autoria. Em 1932, apresentou um recital só com músicas de sua autoria em um concerto precedido por uma conferência de Gastão Penalva. Neste mesmo ano realizou uma turnê pelo sul do país.

Vivia em uma casa no bairro de Ipanema desde 1917. Nos final dos anos 1920, seu problema de audição é agravado, sendo resultante de uma queda que sofreu na infância. Em 1932 é diagnosticado como portador de sífilis e em 1933 é internado na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá.

No dia 1 de fevereiro de 1934, Nazareth fugiu do manicômio. Seu corpo só foi encontrado três dias depois, em estado de decomposição, próximo a uma cachoeira. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, mesma região da cidade onde nasceu.

Deixou 211 peças completas para piano. E suas obras mais conhecidas são: "Apanhei-te, cavaquinho", "Ameno Resedá" (polcas), "Confidências", "Coração que sente", "Expansiva", "Turbilhão de beijos" (valsas), "Odeon", "Fon-fon", "Escorregando", "Brejeiro" "Bambino" (tangos brasileiros).

Nota: No fim do século XIX e começo do XX, a palavra "choro" designava não um gênero, mas certos conjuntos musicais (compostos de flauta, cavaquinho e violôes) que animavam festas (forrobodós) tocando polcas, lundus, habaneras e mazurcas e outros gêneros estrangeiros de uma maneira sincopada. O tango Brasileiro foi criado pelos chorões como uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera, e que na sua variante brasileira passou a ser chamado tango brasileiro. Na sua forma de música de dança passou a ser designado de maxixe, dança proibida ou mal vista na época de Nazareth. Dava-se o nome de "Tango Brasileiro" para se esconder a relação com o maxixe dessas composições. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação a harmonia, sendo a do Tango Brasileiro um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o Maxixe.

 

Importância musical

Suas composições, apesar de extremamente pianísticas, por muitas vezes retrataram o ambiente musical das serestas e choros, expressando através do instrumento a musicalidade típica do violão, da flauta, do cavaquinho, instrumental característico do choro, fazendo-o revelador da alma brasileira, ou, mais especificamente, carioca. A esse respeito, diz o musicólogo Mozart de Araújo: "As características da música nacional foram de tal forma fixadas por ele e de tal modo ele se identificou com o jeito brasileiro de sentir a música, que a sua obra, perdendo embora a sua funcionalidade coreográfica imediata, se revalorizou, transformando-se hoje no mais rico repositório de fórmulas e constâncias rítmico-melódicas, jamais devidas, em qualquer tempo, a qualquer compositor de sua categoria". Na produção musical do compositor, destacam-se numericamente os tangos (em torno de 90 peças), as valsas (cerca de 40) e as polcas (cerca de 20), destinando-se o restante a gêneros variados como mazurcas, schottisches, marchas carnavalescas etc. É sabido que o compositor rejeitava a denominação de maxixe a seus tangos, distinguindo-se daquele fundamentalmente pelo caráter pouco coreográfico e predominantemente instrumental de sua obra. Deve-se ainda ressaltar em sua produção a influência de compositores europeus, notadamente de Chopin, compositor cuja obra se dedicou a estudar meticulosamente e cuja inspiração se reflete, sobretudo, na elaboração melódica de suas valsas.

Ernesto Nazareth ouviu os sons que vinham da rua, tocados por nossos músicos populares, e os levou para o piano, dando-lhes roupagem requintada. Sua obra se situa, assim, na fronteira do popular com o erudito, transitando à vontade pelas duas áreas. Em nada destoa se interpretada por um concertista, como Arthur Moreira Lima, ou um chorão como Jacob do Bandolim. O espírito do choro estará sempre presente, estilizado nas teclas do primeiro ou voltando às origens nas cordas do segundo. E é esse espírito, essa síntese da própria música de choro, que marca a série de seus quase cem tangos-brasileiros, à qual pertence "Odeon".

Mário de Andrade assim definiu Nazareth: "compositor brasileiro dotado de uma extraordinária originalidade, porque transita com fôlego entre a música popular e erudita, fazendo-lhe a ponte, a união, o enlace".

Em 2004, por ocasião dos 70 anos da morte do compositor, a STV em parceria com a produtora paulistana We Do Comunicação apresentou o documentário "Ernesto Nazareth", com direção de Dimas de Oliveira Junior e Felipe Harazim, refazendo a trajetória artística do compositor desde seu primeiro sucesso, "Você bem sabe", de 1877, quando tinha 14 anos. Estão presentes no documentário declarações das pianistas Eudóxia de Barros e Maria Teresa Madeira, do compositor Osvaldo Lacerda, e do biógrafo Luiz Antonio de Almeida, entre outros.

 

Diploma Ernesto Nazareth

O Diploma Ernesto Nazareth é uma uma honraria concedida pelo Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA) dedicada a artistas com representatividade na história da MPB.

 

Fonte: Linha do tempo da vida de Ernesto Nazareth (http://www.ernestonazareth150anos.com.br/Events)

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernesto_Nazareth

Emília Savana da Silva Borba, conhecida como Emilinha Borba, (Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1923 — Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2005) foi uma das mais populares cantoras brasileiras.

Emília Savana da Silva Borba, nasceu no Bairro da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro em 31 de agosto de 1923. Era filha de Eugênio Jordão da Silva Borba e Edith da Silva Borba.

Ainda menina e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros. Ganhou seu primeiro prêmio, aos 14 anos, na "Hora Juvenil", da Rádio Cruzeiro do Sul. Cantou também no programa "Calouros de Ary Barroso", obtendo a nota máxima ao interpretar "O X do Problema", de Noel Rosa. Logo depois, começou a fazer parte dos coros das gravações da Columbia.

Formou, na mesma época, uma dupla com Bidú Reis, chamada As Moreninhas. A Dupla se apresentou em várias rádios, durante cerca de um ano e meio. Logo depois, a dupla gravou para a "Discoteca Infantil" um disco em 78 RPM com a música "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro. Desfeita a dupla, Emilinha passou a cantar sozinha e foi logo contratada pela Rádio Mayrink Veiga, recebendo de César Ladeira o slogan "Garota Grau Dez".

Em 1939 foi convidada por João de Barro para participar da gravação da marcha Pirulito cantada por Nilton Paz, sendo que no disco seu nome não foi creditado, apenas o do cantor.

Em março do mesmo ano grava, pela Columbia e com o nome de Emília Borba, seu primeiro disco solo em 78 RPM, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto, com o o samba-choro Faça o mesmo, de Antônio Nássara e Eratóstenes Frazão e o samba Ninguém escapa de Eratóstenes Frazão.

Ainda em 1939, foi levada por sua madrinha artística, Carmen Miranda, de quem sua mãe era camareira, para fazer um teste no Cassino da Urca. Por ser menor de idade e na ânsia de conseguir o emprego, alterou sua idade para alguns anos a mais. Além disso, Carmen Miranda emprestou-lhe um vestido e sapatos plataforma. Aprovada pelo empresário Joaquim Rolla proprietário do Cassino da Urca, foi contratada e passou a se apresentar como "crooner", tornando-se logo em seguida uma das principais atrações daquela casa de espetáculos.

Em 1939 atuou no filme "Banana da Terra", de Alberto Bynton e Rui Costa. Esse filme contava com um grande elenco: Carmen Miranda, Aurora Miranda, Dircinha Batista, Linda Batista, Almirante, Aloísio de Oliveira, Bando da Lua, Carlos Galhardo, Castro Barbosa, Oscarito e Virgínia Lane, a "Vedete do Brasil".

Em 1940, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra os sambas "O Cachorro da Lourinha" e "Meu Mulato Vai ao Morro", da dupla Gomes Filho e Juraci Araújo. Nesse ano, apareceu nos filmes "Laranja da China", de Rui Costa e "Vamos cantar, de Leo Marten.

No ano seguinte, assinou contrato com a Odeon, gravadora onde sua irmã, a cantora Nena Robledo, casada com o compositor Peterpan já era contratada. Já com o nome de Emilinha Borba, lançou os sambas "Quem Parte leva Saudades", de Francisco Scarambone, e "Levanta José", de Haroldo Lobo e Valdemar de Abreu. Gravou ainda um segundo disco na Odeon com o samba "O Fim da Festa", de Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro, e a marcha "Eu Tenho Um Cachorrinho", de Georges Moran e Osvaldo Santiago.

Em 1942 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Em Setembro de 1943 retornou ao "cast" daquela Emissora, firmando-se a partir de então, e durante os 27 anos que lá permaneceu contratada, como a "Estrela Maior" da emissora PRE-8, a líder de audiência.

Enquanto naquela emissora, Emilinha atingiu o ápice de sua carreira artística, tornando-se a cantora mais querida e popular do país. Teve participação efetiva em todos os seus programas musicais, bem como, foi a "campeã absoluta em correspondência" por 19 anos consecutivos (até quando durou a pesquisa naquela emissora) de 1946 à 1964.

Briga com Linda Batista

Em 1942, o Cineasta norteamericano Orson Welles estava filmando no Brasil, o documentário inacabado "It's All True" (Tudo é Verdade). Nesta época, Linda Batista era a cantora mais popular do Brasil e a estrela absoluta do Cassino da Urca, de onde Orson Welles não saía.

Enquanto permanecia no Rio de Janeiro em farras e bebedeiras, Welles, inicia um romance com Linda Batista. Até que coloca os olhos em Emilinha, já com postura de futura estrela. O cineasta não perdoa a pouca idade de Emilinha, nem o fato de ela namorar o cantor Nilton Paz. Começa a assediá-la, prometendo levá-la para Hollywood. Também enviava-lhe agrados e bilhetes em que se dizia o "Rei do Café".

Linda Batista, ao saber o que estava acontecendo, descarregava suas frustrações na mãe de Emilinha, camareira no Cassino da Urca, humilhando-a sempre que podia. Até que um dia, Linda cerca Emilinha nos bastidores, dá-lhe alguns tapas e rasga seu melhor vestido com o qual ela se apresentaria dali a pouco.

Orson Welles deixou Emilinha em paz, e voltou para os Estados Unidos. Mas, desde essa época, Linda e Emilinha, nunca mais se deram bem. Segundo Jorge Goulart, Linda Batista usava de todo o seu prestígio como estrela absoluta do Cassino da Urca para dificultar a ascensão de Emilinha Borba naquele espaço.

Rainha do Rádio

Em 1949, Emilinha já era a maior estrela da Rádio Nacional, mas as irmãs Linda Batista e Dircinha Batista eram também muito populares, e as vencedoras, por anos consecutivos, do concurso para Rainha do Rádio. Este torneio era coordenado pela Associação Brasileira de Rádio, sendo que os votos eram vendidos com a Revista do Rádio e a renda era destinada para a construção de um hospital para artistas. Neste ano Emilinha gravou a marcha "Chiquita Bacana" (Primeiro lugar nas paradas de sucesso) e passou a ser considerada a vencedora do concurso. Entretanto, Marlene, uma cantora novata apareceu e venceu o concurso de forma espetacular. Para tal, recebeu o apoio da Companhia Antarctica Paulista. A empresa de bebidas estava prestes a lançar no mercado um novo produto, o Guaraná Caçula, e, atenta à popularidade do concurso, pretendiam usar a imagem de Marlene, Rainha do Rádio, como base de propaganda de seu novo produto, dando-lhe, em troca, um cheque em branco, para que ela pudesse comprar quantos votos fossem necessários para sua vitória. Assim, Marlene foi eleita com 529.982 votos. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país. Só em 1953, Emilinha foi finalmente coroada como Rainha do Rádio, unicamente com o apoio popular. A quantidade de votos que lhe deu a vitória era maior que a das outras concorrentes somadas.

O Grande Sucesso

Os concursos populares, que servem como termômetro de popularidade do artista, sempre foram constantes, e, das pesquisas realizadas, na fase aurea do rádio, 99,9% deram vitória a Emilinha Borba, tornando-a a artista brasileira que possivelmente possui mais títulos, troféus, faixas e coroas.

Nas edições da "Revista do Rádio", "Radiolândia" e do jornal "A Noite", Emilinha se comunicava com seus fans, amigos e leitores desses orgãos da imprensa, através de colunas como Diário da Emilinha, Álbum da Emilinha, Emilinha Responde e Coluna da Emilinha.

O simples anúncio de sua presença em qualquer cidade ou lugarejo do país, era feriado local e Emilinha simbolicamente recebia as chaves da cidade e desfilava em carro aberto pelas principais ruas e avenidas sendo aplaudida, ovacionada e acarinhada pelos habitantes e autoridades da localidade.

Devido ao enorme sucesso após o seu terceiro espetáculo realizado no teatro Santa Rosa em João Pessoa (Paraíba) Emilinha teve que cantar em praça pública junto ao Cassino da Lagoa, para um incalculável público, só comparado aos dos comícios de Luiz Carlos Prestes ou Getúlio Vargas.

Emilinha foi a primeira artista brasileira a fazer uma longa excursão pelo país com patrocínio exclusivo. O laboratório Leite de Rosas até então investia em artístas internacionais (como a orquestra de Tommy Dorsey) e contratou e patrocinou Emilinha por três meses consecutivos em excursão pelo Norte e Nordeste.

Sua foto era obrigatória nas capas de todas as revistas e jornais do país. Na "Revista do Rádio" semana era ela, na seguinte outro artista e na posterior ela novamente. Até Agosto de 1995, Emilinha Borba foi a personalidade brasileira que maior número de vezes foi capa de revistas no Brasil, calcula-se aproximadamente umas 350 capas nas mais diversas revistas.

Últimos Anos

De 1968 a 1972, Emilinha esteve inativa por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais e, após três cirurgias e longo estudo para reeducar a voz, voltou a cantar.

Em 2003, após 22 anos sem gravar um trabalho só seu, a Favorita da Marinha lançou o CD "Emilinha Pinta e Borba", com participações de diversos cantores como Cauby Peixoto, Marlene, Ney Matogrosso, Luís Airão, Emílio Santiago, entre outros, vendendo este de forma bem popular, na Cinelândia, em contato com o público, assim como Eliana Pittman e Agnaldo Timóteo e, também lançou no início de 2005, o CD "Na Banca da Folia", para o carnaval do mesmo ano, com a participação do cantor Luiz Henrique na primeira faixa - Carnaval Naval da Favorita e de MC Serginho na quinta faixa, Marcha-Funk da Eguinha Pocotó, conforme informa o site Cantoras do Brasil.

Emilinha continuou fazendo espetáculos pelo Brasil inteiro, tendo marcado presença, nos seus três últimos anos de vida, em vários estados brasileiros como Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia.

Sua arte, admirada e aplaudida por milhões, sempre foi em prol da cultura popular e, assim, carismática Emilinha Borba, cuja trajetória artística, pontilhada de sucessos, personifica-se como verdadeira e autêntica representante da Era de Ouro do Rádio Brasileiro.

Morte

Em fevereiro de 2004, Emilinha foi hospitalizada após cair da cama e fraturar o braço direito.

Em junho de 2005, ela esteve internada após cair de uma escada e sofrer traumatismo craniano e hemorragia intra-cerebral.

Morreu na tarde do dia 3 de outubro de 2005 de infarto fulminante, enquanto almoçava em seu apartamento no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, aos 82 anos.

Seu corpo foi velado durante toda a noite e pela manhã, por amigos, familiares e fãs, na Câmara dos Vereadores no Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério do Caju.

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Emilinha_Borba

Dona Zica, pseudônimo de Euzébia Silva do Nascimento (Rio de Janeiro,6 de fevereiro de 1913 -Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2003) foi sambista da velha guarda da Estação Primeira de Mangueira e foi a última mulher do sambista Cartola.

Grande símbolo do carnaval carioca, Dona Zica participou da novela Xica da Silva e sua biografia foi escrita pela escritora pernambucana Odacy de Brito Silva. Ficou mais conhecida ao se casar com o Mestre Cartola.

Dona Neuma, apelido de Neuma Gonçalves da Silva (8 de maio de 1922 - 17 de julho de 2000), foi uma personalidade do carnaval ligada à Estação Primeira de Mangueira.

Nascida no subúrbio de Madureira, no Rio de Janeiro, era filha de Saturnino Gonçalves, um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros, criação que anos depois originou a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

Além de suas três filhas de sangue, ela criou e educou outros 18 filhos adotivos.

Faleceu no dia 17 de julho no Hospital Salgado Filho, vítima de acidente vascular cerebral, consequência de cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro.

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dona_Neuma

Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1930 — Rio de Janeiro, 24 de outubro de 1959), foi uma cantora e compositora brasileira. Morreu aos 29 anos de idade. 

Nasceu em uma vila na rua do Propósito, no bairro da Saúde, centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai biológico. Mudou-se para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as meia-irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos oito anos de idade contrai a febre reumática, que quase a levou à morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Aos doze anos de idade, influenciada pelos amigos, resolve, com a permissão da mãe, inscrever-se num concurso de cantores. 

Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística. Quando Adiléia tinha doze anos, teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranja um emprego e passa a trabalhar como atriz nas rádios Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de TV, mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantia dinheiro certo. Adiléia tenta terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela é expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, ela decide de vez parar de estudar. Sua mãe não gosta desta atitude e mesmo após brigas, a mãe, a contra gosto, tenta aceitar a vocação de cantora da filha, já que a mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acaba um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem. No final dos anos 40, ela conhece um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Pais de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passam a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos. Lauro passa a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Este nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor. Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pela bela cidade do Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores e entusiasmou-se com a interpretação de Dolores para My Funny Valentine - a melhor que já ouvira, declarou Fitzgerald. O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela. Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!" Cantava em diversas boates no boêmio e encantador Rio de Janeiro daquela época. Sua fama se espalhou e foi contratada pela Rádio Nacional, uma das várias rádios cariocas que reuniam artistas do país inteiro, e que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Qualquer artista brasileiro, para fazer sucesso, tinha que vir ao Rio de Janeiro, capital política e cultural do Brasil, para se lançar. Ela jamais estudou canto e música, mas sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela tinha nascido para cantar. Nessa época seu padrasto morre e sua família enfrenta grandes dificuldades. Passou a cantar músicas internacionais no programa Pescando Estrelas, onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conhece e se torna melhor amiga da cantora da importante Rádio Guanabara e da famosa Rádio Nacional, Julie Joy. 

Teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra. O namorou por alguns poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairiam brigas novamente. Depois dele, namorou por seis meses o compositor Billy Blanco, de quem também gravou canções, já que ele escrevia várias letras. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba O negócio é amar, que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção. Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o famoso estádio do Maracanã, onde assistiu à Copa de 1950. Também ia muito nas maravilhosas praias cariocas e nos badalados cinemas. A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores, que passou a cantar nas sofisticadas boates do famosíssimo Hotel Glória. Em 1951, conhece um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores, João e Julie eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam, também com outros colegas. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores tinha 21 e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando Donato foi morar no México. Donato e Dolores não agüentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou. 

A estreia de Dolores em disco foi em 1952, chamado Músicas para o Carnaval, gravando dois sambas para o Carnaval do ano seguinte: Que bom será (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Márquez) e Já não interessa (Domício Costa e Roberto Faissal). Em 1953, gravou Outono (Billy Blanco), e Lama (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as canções Canção da volta (Antônio Maria e Ismael Neto), Bom querer bem (Fernando Lobo), Praça Mauá (Billy Blanco) e Carioca (Antônio Maria e Ismael Neto). Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo canções de bolero, salsa, choro e samba. Inspirava-se em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras. 

Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no Hospital Miguel Couto. Dolores resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o uísque. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs, se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro. Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores engravidou dele e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas. Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo, ele proibiu sua mãe de comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir por tamanha ofensa. Dolores só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casamento. Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores. Em 1956, fez sucesso com a canção Filha de Chico Brito, composta por Chico Anysio. No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores uma composição dele e de Vinícius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores pegou um lápis e compôs a letra da canção "Por Causa de Você". Vinícius ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores. Foi revelado, a partir daí, o talento de Dolores para a composição e grandes sucessos, como Estrada do Sol, Ideias Erradas, Minha Toada e A Noite do Meu Bem, entre outros. Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas, por desentendimento dela com o grupo, Dolores muda de planos e realiza seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris. De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores e a menina não ter com ele qualquer parentesco. A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A bebê iria ficar com a empregada de Dolores, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a bebê para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar. A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes canções da MPB, como Castigo e Olha o Tempo Passando, entre tantas outras. 

Na madrugada de 23 de outubro de 1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no requintado Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo canções no Kit Club. A cantora chegou em casa às sete da manhã do dia 24. Brincou e beijou muito a filha, já com três anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool. Encontra-se sepultada no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro. A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles. 

Fonte: pt.wikipedia.org Copy and WIN : http://ow.ly/KNICZ Copy and WIN : http://ow.ly/KNICZ

 

Quinto ocupante da Cadeira 27, eleito em 13 de janeiro de 1972, na sucessão de Levi Carneiro e recebido pelo Acadêmico Adonias Filho em 6 de junho de 1972. Otávio de Faria, crítico, ensaísta, romancista e tradutor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 1908, e faleceu na mesma cidade em 17 de outubro de 1980.

Pagina 1 de 2

Busca