Ibrahim Ahmed Sued

Nascido em 1924, no Rio de Janeiro, filho de imigrantes árabes, Ibrahim Ahmed Sued é considerado o inventor do colunismo social brasileiro. Escreveu mais de 15 mil colunas, marcadas por um estilo inconfundível, e entrou para o Guinness, livro dos recordes. Antes de trabalhar como jornalista, foi entregador de uma sapataria, office-boy, jornaleiro e fotógrafo freelancer.

Em 1954, escrevendo para O Globo, Ibrahim Sued começou a desenvolver um trabalho diferente daquele praticado pelos outros colunistas sociais do início da década de 1950, que, em geral, se limitavam a divulgar e comentar bastidores das festas da alta sociedade. Ibrahim mesclava esse tipo de informação com notícias, muitas vezes exclusivas, sobre economia, política e assuntos de repercussão internacional. Seu texto era estruturado em notas curtas, escritas em tom descontraído e pontuadas por ditos populares e expressões pitorescas – muitas delas inventadas por ele – que rapidamente se tornavam moda. Um exemplo era a frase com a qual o apresentador costumava encerrar o programa: “E agora que vocês estão informados, durmam bem e ‘ademã’, de leve, porque eu vou em frente”, além de outras expressões ("bordões") que se tornaram marcantes como "Sorry periferia", "Depois eu conto", "Bola Branca", "Bola Preta", "Os cães ladram e a caravana passa", "Olho vivo, que cavalo não desce escada".

Permaneceu no "O Globo" até falecer, em 1995. Ali se destacou, assinando uma coluna social que marcou época e influenciou jornalistas como Ancelmo Gois e Ricardo Boechat. Causou polêmicas com as suas listas das "Dez mais": as dez mais belas mulheres, as dez mais elegantes e as dez melhores anfitriãs da sociedade carioca. A sua coluna passou a ser lida por todas as camadas sociais a partir do final da década de 1950, tendo passado a conviver com personalidades famosas no Brasil e no exterior.

Em 1993, deixou o jornalismo diário e passou a publicar apenas uma coluna dominical no "O Globo". A Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro lhe fez a outorga do Título de Professor Emérito do Curso de Jornalismo, em evento que contou com a presença da nata da sociedade, além de políticos, sambistas, músicos e intelectuais. Ao entregar-lhe a comenda, o professor Paulo Alonso, diretor acadêmico dessa instituição carioca, fez um discurso marcado pela emoção, lembrando momentos marcantes da vida do colunista. Alonso, que também atuava no jornal O Globo, falou da sua amizade com Ibrahim e ainda da capacidade do "turco", apelido de Ibrahim, em lidar com dificuldades e vencê-las. Foi uma solenidade que ganhou o noticiário brasileiro. Faleceu um ano mais tarde, aos 71 anos de idade.

Considerado um homem elegante, contou certa vez que, no início da sua carreira, tinha apenas um terno, que deixava todo dia debaixo do colchão de sua cama, para que não perdesse o vinco.

Ibrahim Sued foi homenageado em 2003 com uma estátua e uma praça em frente ao hotel Copacabana Palace, palco principal de sua brilhante carreira. Durante as décadas fervilhantes de Copacabana, movimentou em alto estilo as maravilhosas piscinas e os fascinantes salões do "Copa".

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