Jorge Selarón

Jorge Selarón (Limache, Chile, 1947 — Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2013) foi um pintor e ceramista autodidata chileno radicado na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Ele foi o autor de muitas obras que decoram os bairros cariocas da Lapa e de Santa Teresa.

Passou por mais de cinquenta países até decidir que viveria no Brasil. Sua maior e mais conhecida obra está na Rua Manoel Carneiro, no bairro de Santa Teresa: é a "Escadaria do Convento de Santa Teresa" (também conhecida como "Escadaria do Selarón"), que liga a Rua Joaquim Silva, no bairro da Lapa, à Ladeira de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa. Após fixar residência junto à escadaria, em 1990, Selarón, inicialmente, instalou uma série de banheiras ajardinadas nas calçadas, que foram, subsequentemente, pintadas e adornadas com azulejos. A partir de 1994, sobre a pintura verde-amarela com que os moradores decoraram a escadaria para a copa do mundo de futebol de 1994, Selarón passou a azulejar os degraus. Trabalhando solitário e contando apenas com o rendimento obtido com a renda de seus quadros e eventuais doações de moradores, com dificuldade atingiu sua meta de ter os 215 degraus e 125 metros da escadaria concluídos antes do ano 2000.

Após esta data, com renda gradativamente aumentada devido à crescente inclusão da escadaria nos roteiros turísticos, pôde dedicar-se à ornamentação das calçadas laterais e realizar inúmeras modificações, em coerência com sua concepção da escadaria como obra de arte mutante. Para isto, contou também com azulejos remetidos por fãs do mundo inteiro, chegando ter a mais de 2 000 azulejos diferentes, provenientes de mais de sessenta países. Teve igualmente, condições de realizar grandes acréscimos, como a pirâmide de banheiras, do lado direito da entrada da escadaria, em 2005 e 2006, e a calçada ao início da Ladeira de Santa Teresa, ao pé dos Arcos da Lapa, em 2007. Esta última obra foi interrompida após protestos de que estaria interferindo com o monumento histórico, e acabou sendo demolida pela prefeitura em 2012.

Em 2010, concluiu a imponente bandeira na parte alta da escadaria, na esquina da Rua Pinto Martins. As muretas frontais das residências da escadaria foram executadas em épocas diferentes, de acordo com a solicitação ou permissão de seus proprietários. Segundo o artista, ele só conseguiu se manter financeiramente e prosseguir com sua grande obra pintando e vendendo mais de 25 000 quadros, quase sempre com um tema motivado por um problema pessoal: o tema da mulher negra grávida. A famosa escadaria já correu o mundo: ora como tema principal para reportagens de revistas e programas de televisão do mundo todo, ora servindo de palco para videoclipes, campanhas publicitárias e até para fotos de uma edição da revista Playboy estadunidense.

No ano de 2003 os diretores José Roberto Mesquita e Renata Brito realizaram o primeiro filme sobre o artista. Um média-metragem intitulado "Selarón - A Grande Loucura" que se encontra disponível integralmente no YOUTUBE onde o artista relata momentos de sua vida. O filme teve grande repercussão e proporcionou a ida de Selarón ao talkie-show "Programa do Jô" (também disponível no YOUTUBE). Selarón- A Grande Loucura foi exibido no Cine-Cachaça no Cinema Odeon (RJ), Programa Curta Brasil (TVE) da pesquisadora Ivana Bentes, e agraciado com um prêmio no Cinecufa (2009) no Centro Cultural Banco do Brasil dentre outros festivais pelo mundo. Em maio de 2005, a escadaria foi tombada pela prefeitura da cidade e Selarón recebeu o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro.

O pintor foi encontrado morto na Escadaria do Convento de Santa Teresa na manhã do dia 10 de janeiro de 2013. O corpo queimado do artista estava junto a uma lata de thinner. Em novembro do ano anterior, Selarón havia denunciado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte por um ex-colaborador de seu ateliê, Paulo Sérgio Rabello, que queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros. Por conta disso, nos últimos meses, ele andava muito triste e vivia trancado em casa. Em depoimento gravado para um documentário feito em 2010 pelo cineasta Stephano Loyo, o artista havia declarado que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele se tornaria a própria escadaria e, desse modo, se eternizaria.

 

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki

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