Didi Folha Seca

Valdir Pereira, mais conhecido como Didi (Campos dos Goytacazes, 8 de outubro de 1928 — Rio de Janeiro, 12 de maio de 2001), foi um futebolista brasileiro, bicampeão mundial pela Seleção Brasileira nas Copas de 1958 e 1962, que atuava como meia.

Eleito o melhor jogador da Copa de 1958, quando a imprensa europeia o chamou de "Mr. Football" ("Senhor Futebol"), Didi foi um dos maiores e mais elegantes meio-campistas da história.

Carreira

"O Príncipe Etíope de Rancho" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues (ilustre dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense). Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 e meados da década de 1950 e também do Botafogo, após isso, além de ter criado a "folha seca".

Esta técnica consistia em bater na bola, com o lado externo do pé, de modo a fazê-la girar sobre si mesma e modificar sua trajetória. Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo.

O lance ficou famoso quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Além da particularidade da folha seca, Didi também é conhecido como a primeira pessoa a chamar o jogo de jogo bonito.

No Fluminense, Didi jogou entre 1949 e 1956, clube pelo qual jogou mais tempo, e sem interrupções, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio de 1952.

Também fez, em 16 de junho de 1950, o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca juvenil, defendendo o seu clube do coração, num jogo contra a Seleção Paulista.

Liderou a Seleção Brasileira na conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol, disputado no Chile, na primeira conquista relevante da Seleção Brasileira no exterior, tendo jogado ao lado de Castilho, Waldo, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Altair e Pinheiro, entre outros.

Foi campeão mundial, já atuando pelo Botafogo, clube pelo qual também acabou se apaixonando. 1 No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo.

O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957,1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Alfredo Di Stéfano e do húngaro Ferenc Puskás, mas teria sofrido um boicote na equipe, segundo se comenta, que teria partido de Di Stéfano.

Em 1964 foi transferido ao São Paulo, porém a equipe paulista não tinha grandes jogadores e estava empenhada em terminar a construção do seu principal patrimônio, o Estádio do Morumbi. Sendo assim, Didi começou a pensar na aposentadoria.

Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da Seleção Peruana (classificando o país para a sua primeira Copa do Mundo desde a de1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2.

Didi também foi um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como A Máquina Tricolor (1975/1976), pela qualidade excepcional de seus jogadores.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano.

Morte

Didi morreu em decorrência de complicações provocadas por câncer, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte, a centenas de metros do Maracanã.

O ex-jogador foi internado em 25 de abril de 2001, com dores na barriga, sem saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da vesícula e do intestino.

Em estágio avançado, a doença comprometia o fígado, diafragma e colo. Não se recuperou mais. Sendo sedado, só respirava com a ajuda de aparelhos.

O velório ocorreu numa tarde, na sede do Botafogo, em General Severiano (Zona Sul). O enterro foi de manhã no cemitério São João Batista. A Confederação Brasileira de Futebol ficou de arcar com os custos.

Embora não fosse rico, Didi levava uma vida mais confortável do que muitos ex-jogadores. Morava com a mulher, Guiomar, na Ilha do Governador (Zona Norte).

"O sonho dele era ensinar algum garoto a fazer a 'folha seca'. Didi reclamava que não via mais ninguém fazer isso", disse, no hospital, o presidente da Agap (Associação de Garantia ao Atleta Profissional), Nilo Chaves de Oliveira. Numa homenagem planejada desde antes da morte de Didi, a Agap inaugura em junho no Recreio dos Bandeirantes (Zona Oeste) um centro esportivo com o nome de Waldir Pereira.

"Era um cara legal, foi muito amigo do meu pai", disse no hospital Maria Cecília dos Santos Cardoso, filha do ex-ponta-direita Garrincha, bicampeão com Didi pelo Brasil e seu companheiro no Botafogo.

 

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/

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