Carioca da gema, o ícone Tim Maia nasceu e cresceu na Tijuca, onde fez parte de um grupo de amigos que iria mudar para sempre a cara da MPB. Dessa turma faziam parte: Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor. Durante décadas, Tim colecionou sucessos, conquistou seu lugar no coração do povo brasileiro e se consolidou como um ídolo eterno.
A voz potente, o senso rítmico aguçado e o carisma inigualável foram os elementos que marcaram o estilo inconfundível do Síndico do Brasil, que influenciou artistas como Roberto Carlos, Jorge Ben Jor, Marisa Monte, Jota Quest, Ivete Sangalo, Racionais MC's e mais uma legião de craques da MPB. Pai da Soul Music brasileira morou por cinco anos nos EUA, bebendo na fonte sendo influenciado pelo Funk e Soul. Uma overdose à la Motown. Foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil o 9º maior artista da música brasileira (Fonte: Rolling Stone Brasil
Indomável, foi o primeiro artista brasileiro completamente independente das grandes gravadoras. Para conseguir total liberdade artística e controle financeiro do seu trabalho, fundou a editora Seroma e a gravadora Vitória Régia Discos.
Após se consolidar como um empresário de sucesso na indústria fonográfica, continou emplacando grandes hits até a sua morte em 1998.
Tim Maia deixou um gigantesco legado que marcou profundamente a história da musica brasileira e mundial.
Fonte: http://www.timmaia.com.br/biografia
José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô (Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1888 — Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1930), foi um compositor brasileiro.
Considerado um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da primeira fase do samba carioca.
Filho de um pintor, admirador dos grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta, piano e violão.
Casou-se cedo, aos 17 anos, com a portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes, como o "Dragão Club Universal" e o "Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó". Não perdia nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciata, onde encontrava os também sambistas Germano Lopes da Silva, João da Mata, Hilário Jovino Ferreira e Donga.
Ficou surpreso quando Donga, em 1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba carnavalesco Pelo Telefone, que na casa da Tia Ciata todos cantavam com o nome de O Roceiro. A canção, que até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reivindicando sua autoria. Para alimentar a polêmica, compôs, em 1918, Quem São Eles, numa clara provocação aos parceiros de Pelo Telefone. Acabou levando o troco. Exclusivamente para ele, foram compostas Fica Calmo que Aparece, de Donga, Não és tão falado assim, de Hilário Jovino Ferreira, e Já Te Digo, de Pixinguinha e seu irmão China, que traçaram-lhe um perfil nada elegante: (“Ele é alto e feio/ e desdentado/ ele fala do mundo inteiro/ e já está avacalhado...”). Pagou a ambos com a marchinha O Pé de Anjo, primeira composição gravada com a denominação marcha.
O gosto pela sátira lhe trouxe alguns problemas mais sérios, quando compôs “Fala Baixo”, em 1921, um brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa de sua mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a "Noite Luso-Brasileira", realizada no Teatro República, em 1927.
Durante 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: Jura e Gosto Que Me Enrosco. Compôs o último samba, O Homem da Injeção, em julho de 1930, um mês antes de sua morte, no entanto a letra e a melodia deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do público.
Morreu em decorrência da tuberculose, a bordo da barca "Terceira", durante uma viagem entre o Centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. Seu velório e funeral foram descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira. Foi sepultado no Cemitério do Caju
Curiosidades
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Em 1952, sob a direção de Lulu de Barros, a atriz Cármen Santos produziu o filme O Rei do Samba sobre a trajetória de vida de Sinhô.
Em 5 de dezembro de 2010, foi ao ar, pela TV Brasil, o programa De Lá Pra Cá, com apresentação Ancelmo Gois e Vera Barroso, onde se focou a história de Sinhô que, neste ano, completava 80 anos de falecimento. O programa, que teve a participação dos cantores Zeca Pagodinho, Teresa Cristina, Marcos Sacramento, Clara Sandroni e Luiz Henrique, contou também com a entrevista do pesquisador André Gardel.
Em 2011, para comemorar os 100 anos do surgimento de Sinhô para o cenário artístico como músico, em 1911, e 80 anos de saudade do grande mestre, o cantor Luiz Henrique, o showman Bob Lester e a cantora de rádio Marion Duarte homenageiam Sinhô com o show Tributo ao Rei do Samba Sinhô, que foi apresentado em points da cidade do Rio de Janeiro como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Gafieira Estudantina da praça Tiradentes. No espetáculo, os cantores interpretaram grandes sucessos do Rei do Samba, como Jura, Gosto Que Me Enrosco, O Pé de Anjo, Sabiá, Sonho de Gaúcho, entre outros. O show também foi ilustrado com canções de compositores contemporâneos de Sinhô, como Pixinguinha e Noel Rosa.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinh%C3%B4
João Álvaro de Jesus Quental Ferreira , mais conhecido como Procópio Ferreira (Rio de Janeiro, 8 de julho de 1898 — Rio de Janeiro, 18 de junho de 1979), foi um ator, diretor de teatro e dramaturgo brasileiro. É considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro.
Procópio descobriu cedo o talento de envolver a platéia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Em 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.
Era filho de Francisco Firmino Ferreira e de Maria de Jesus Quental Ferreira, ambos portugueses naturais da ilha da Madeira, em Portugal.
Ingressou na Escola Dramática do Rio de Janeiro a 22 de março de 1917. Representou mais de 450 peças, de todos os gêneros, desde o teatro de revista até a tragédia grega. Em toda a Historia do Teatro Nacional foi o ator que maior número de peças nacionais interpretou e, que maior número de autores lançou.
Procópio Ferreira atuava no circo-teatro, gênero que, se não foi criado no Brasil, aqui teve pleno desenvolvimento. Tratava-se de um circo que, além de números de acrobacias, malabarismo e palhaçadas, apresentava a adaptação de peças de teatro. Do circo-teatro passou às comédias. Procópio Ferreira dizia que o sucesso chegou quando ele parou de pensar com a sua própria cabeça para pensar com a cabeça do público.
Sua primeira peça foi Amigo, Mulher e Marido, fazendo o papel de um criado, em 1917, no Teatro Carlos Gomes. Seu maior sucesso no teatro foi o espetáculo Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, com o qual viajou o país inteiro e foi para o exterior. Participou de mais de quatrocentas peças e teve uma carreira de mais de 60 anos.
Lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas" (1936). No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" (1956) e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" (1951), baseado no conto de Monteiro Lobato.
Um homem que vivia intensas paixões, foi pai de 6 filhos. De seu primeiro casamento com a artista Argentina Aida Izquierdo nasceu uma das mais importantes atrizes e diretoras brasileiras, Bibi Ferreira. casou também com a grande atriz Norma Geraldy e com a atriz Hamilta Rodrigues. do casamento com Hamilta Rodrigues nasceram Maria Maria, João Procópio Filho e Francisco de Assis Procópio Ferreira. De seu relacionamento com a atriz Lígia Monteiro nasceu a Diretora e jornalista Lígia Ferreira. Do romance com a musicista Celecina Nunez nasceu a cantora Mara Sílvia (nome artístico de Mariazinha, como era chamada pelo pai). Um grande Homem, pai e avo (Tina Ferreira filha de Bibi, João Procópio Neto filho de Mariazinha, Bianca filha de Lígia Ferreira, Alice Ferreira filha de Maria Maria e Alessandra Ferreira filha de João Procópio Filho).
Faleceu aos 81 anos incompletos, às 17 horas do dia 18 de junho de 1979, no Hospital de Clínicas Quarto Centenário, Rio de Janeiro, onde estava internado havia 21 dias, de parada cardíaca causada por pneumonia. Seu corpo foi velado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, na mesma cidade. O então prefeito Israel Klabin declarou um dia de luto.
Pedro Ferreira dos Santos, mais conhecido como Pedro de Lara (Bom Conselho, Pernambuco, 25 de fevereiro de 1925 – Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2007) foi uma personalidade de rádio e televisão no Brasil. Dentre suas múltiplas atividades, atingiu status de celebridade como jurado de programas de calouros.
No início da década de 1970 Pedro de Lara foi um dos jurados da Buzina do Chacrinha na Rede Tupi, paralelamente à sua atuação na Rádio Tupi do Rio de Janeiro num quadro em que interpretava sonhos. Na segunda metade dos anos 70 Pedro passou a fazer parte do júri do Show de Calouros, do Programa Silvio Santos. De 1980 em diante, Pedro participou do programa do palhaço Bozo, um grande sucesso da TVS e do SBT durante os anos 80. Pedro era o inventor Salci Fufu, parceiro de Papai Papudo (Gibe) e Vovó Mafalda (Valentino Guzzo).
Como ator, Lara também participou de diversas produções do gênero pornochanchada, durante os anos 1970 e inícios de 1980. Entre esses filmes, destacam-se Emoções sexuais de um cavalo (1986), A máfia sexual (1986), Bonitas e gostosas (1979), As taradas atacam (1978) e As 1001 posições do amor (1978).
Em 1984, Lara escreveu, produziu e estrelou o filme infantil Padre Pedro e a revolta das crianças.
Pedro de Lara também foi astrólogo nas revistas Amiga e Sétimo Céu e radialista na Rádio Atual, além de empresário de sua esposa Mag de Lara, escritor, ator e cantor. Em suas próprias palavras: "No meu disco o pau come, é nordestino da bexiga porreta!".
Sua última atuação como jurado em televisão, se deu no programa Gente que Brilha, do SBT. Posteriormente, continuou atuando como jurado em clubes, boates, feiras e concursos por todo o Brasil. Nos últimos anos de vida, Pedro de Lara lançou o Livro da Sabedoria, que contém pensamentos como “Todo pai corujão faz do seu filho um bobão” e “Na vida tem que ter estilo, quem não tem, não é isso nem aquilo”.
Em um de seus livros, A porta proibida, Pedro fala sobre o comportamento do homem após a criação da primeira porta da humanidade. Vulgaridade, pederastia e outros comportamentos são discorridos sob a ótica do artista.
Pedro de Lara morreu no dia 13 de setembro de 2007, vítima de câncer no reto, aos 82 anos. Deixou viúva, Mag de Lara, e quatro filhos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Lara
Paulo Sérgio de Macedo, mais conhecido como Paulo Sérgio (Alegre, 10 de março de 1944 – São Paulo, 29 de julho de 1980), foi um cantor e compositor brasileiro.
Teve uma morte prematura, aos 36 anos, em decorrência de um derrame cerebral, Paulo Sérgio é lembrado como o maior nome da música romântica nacional. O cantor e compositor capixaba iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro, lançando um compacto com o sucesso Última Canção. O disco obteve sucesso imediato e vendeu 60 mil cópias em apenas três semanas, transformando seu intérprete num fenômeno de vendas. A despeito da curta carreira, Paulo Sérgio lançou treze discos e algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior a 10 milhões de cópias.
Orlando Garcia da Silva (Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1915 — Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1978) foi um dos mais importantes cantores brasileiros da primeira metade do século XX.
Orlando Silva nasceu na rua General Clarindo, hoje rua Augusta, no bairro do Engenho de Dentro. Seu pai, José Celestino da Silva, era violonista e participou com Pixinguinha de serenatas, peixadas e feijoadas. Orlando viveu por três anos neste ambiente, quando, então, seu pai faleceu vítima da gripe espanhola.
Teve uma infância normal, sempre gostando muito de violão. Na adolescência já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, este último um dos responsáveis por seu sucesso. Seu primeiro emprego foi de estafeta da Western, com o salário de 3,50 cruzeiros por dia. Foi então para o comércio e trabalhou como sapateiro, vendedor de tecidos e roupas e trocador de ônibus. Quando desempenhava as funções de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um de seus pés parcialmente amputado, ficando um ano inativo, problema sério, já que sustentava a família.
Foi Bororó, conforme o próprio relata no filme O cantor das multidões que o apresentou a Francisco Alves, que ouviu Orlando cantar no interior de seu carro, decidindo imediatamente lançá-lo em seu programa na rádio Cajuti. Nos seis ou sete anos seguintes, tornou-se um grande sucesso, considerado por muitos a mais bela voz do Brasil, contando inclusive com a estima do próprio presidente Getúlio Vargas. Atraía os fãs de tal forma que o locutor Oduvaldo Cozzi passou a apresentá-lo como "o cantor das multidões", conforme relata no filme com o mesmo nome.
Principais sucessos:
A jardineira, Benedito Lacerda e Humberto Porto (1939)
A última estrofe, Cândido das Neves (1935)
Abre a janela, Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti (1937)
Alegria, Assis Valente e Durval Maia (1937)
Amigo leal, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (1937)
Aos pés da cruz, Marino Pinto e Zé da Zilda (1942)
Atire a primeira pedra, Ataulfo Alves e Mário Lago (1944)
Brasa, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1945)
Caprichos do destino, Claudionor Cruz e Pedro Caetano (1938)
Carinhoso, João de Barro e Pixinguinha (1937)
Cidade-mulher, Noel Rosa (1936)
Curare, Bororó (1940)
Errei, erramos, Ataulfo Alves (1938)
Eu chorarei amanhã, Ivo Santos e Raul Sampaio (1957)
Juramento falso, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
Lábios que beijei, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
Lero-lero, Benedito Lacerda e Eratóstenes Frazão (1942)
Mágoas de caboclo, J. Cascata e Leonel Azevedo (1936)
Mal-me-quer, Cristóvão de Alencar e Newton Teixeira (1939)
Meu Consolo É Você, Nássara e Roberto Martins (1938)
Meu romance, J. Cascata (1937)
Nada além, Custódio Mesquita e Mário Lago (1938)
Número um, Benedito Lacerda e Mário Lago (1939)
Pecadora, Agustín Lara, versão de Geber Moreira (1947)
Quero beijar-te ainda, Paulo Tapajós (1955)
Quero dizer-te adeus, Ary Barroso (1942)
Rosa, Otávio de Sousa e Pixinguinha (1937)
Sertaneja, René Bittencourt (1939)
Súplica, Déo, José Marcílio e Otávio Gabus Mendes (1940)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orlando_Silva
Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira.
Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Síndrome de Pierre Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.
Nascido na Rua Teodoro da Silva número 130, no bairro carioca de Vila Isabel, foi primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio de São Bento, onde apesar da inteligência notável, não era aplicado nos estudos.
Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Festa no Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica (Noel Rosa X Wilson Batista) travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.
Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.
Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava ao samba, à bebida e ao cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: “Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro". Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Noel_Rosa
José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido como Jamelão (Rio de Janeiro, 12 de maio de 1913 – Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008), foi um cantor brasileiro, tradicional intérprete dos sambas-enredo da escola de samba Mangueira.
Nasceu no bairro de São Cristóvão e passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Lá, começou a trabalhar, para ajudar no sustento da família - seu pai havia se separado de sua mãe. Levado por um amigo músico, conheceu a Estação Primeira de Mangueira e se apaixonou pela escola de samba.
Ganhou o apelido de Jamelão na época em que se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Começou ainda jovem, tocando tamborim na bateria da Mangueira e depois se tornou um dos principais intérpretes da escola.
Ernesto Júlio de Nazareth (Rio de Janeiro, 20 de março de 1863 — 1º de fevereiro de 1934) foi um pianista e compositor brasileiro, considerado um dos grandes nomes do Tango Brasileiro, atualmente (desde a década de 20 do século XX) considerado um subgênero do choro.
Ernesto Nazareth nasceu na casa nº 9 da Rua do Bom Jardim (atual Rua Marquês de Sapucaí), na encosta do então Morro do Nheco (hoje Morro do Pinto), na região do Porto do Rio de Janeiro. Era filho do despachante aduaneiro Vasco Lourenço da Silva Nazareth e de D. Carolina Augusta da Cunha Nazareth. Sua mãe foi quem lhe apresentou ao piano e lhe ministrou as primeiras noções do instrumento, mas após a sua morte, em 1874, Nazareth passou a receber lições de Eduardo Rodolpho de Andrade Madeira, amigo da família, e, mais tarde, lições de Charles Lucien Lambert, um afamado professor de piano de Nova Orleans, radicado no Rio de Janeiro e grande amigo de Louis Moreau Gottschalk.
Aos 14 anos compôs sua primeira música, a polca-lundu "Você bem sabe", editada, no ano seguinte, pela famosa Casa Arthur Napoleão.
Em 1879, escreveu a polca "Cruz, perigo!!". Em 1880, com 17 anos de idade fez sua primeira provável apresentação pública, no Club Mozart. No ano seguinte, compôs a polca "Não caio noutra!!!", seu primeiro grande sucesso, com diversas reedições. Em 1885, apresentou-se em concertos em diferentes clubes da corte. Em 1893, a Casa Vieira Machado lançou uma nova composição sua, o tango "Brejeiro", com o qual alcançou sucesso nacional e até mesmo internacional, sendo pulicada em Paris e nos EUA em 1914.
Em 14 de julho de 1886, casou-se com Theodora Amália Leal de Meirelles, com quem teve quatro filhos: Eulina, Diniz, Maria de Lourdes e Ernestinho.
Seu primeiro concerto como pianista realizou-se em 1898. No ano seguinte foi feita a primeira edição do tango "Turuna". Em 1902, teve sua primeira obra gravada, o tango brasileiro "Está Chumbado" pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em 1904 sua composição "Brejeiro" foi gravada pelo cantor Mário Pinheiro com o título de "O sertanejo enamorado", com letra de Catulo da Paixão Cearense. Em 1908, começou a trabalhar como pianista na Casa Mozart. No ano seguinte, participou de recital realizado no Instituto Nacional de Música, interpretando a gavotta "Corbeille de fleurs" e o tango característico "Batuque".
Em 1919, começou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Carlos Gomes à Rua Gonçalves Dias, de propriedade do também pianista e compositor Eduardo Souto, com a função de executar músicas para serem vendidas. Na época, a maneira mais comum de se tomar conhecimento das as novidades musicais era através das casas de música e seus pianistas demonstradores. Não havia rádio, os discos eram raros, e o cinema, mudo. Em 1919, a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro gravou os tangos "Sarambeque" e "Menino de ouro" e a valsa "Henriette". E em 1920, Heitor Villa-Lobos dedicou a ele a peça "Choro nº 1", para violão.
Intérprete constante de suas próprias composições, Nazareth apresentava-se como pianista em salas de cinema, bailes, reuniões e cerimônias sociais. De 1909 a 1913, e de 1917 a 1918, trabalhou na sala de espera do antigo Cinema Odeon (anterior ao prédio moderno da Cinelândia), onde muitas personalidades ilustres iam àquele estabelecimento apenas para ouvi-lo. Foi em homenagem à famosa sala de exibições que Nazareth batizou sua composição mais famosa, o tango "Odeon". No mesmo Cine Odeon travou conhecimento, entre outros, com o pianista Arthur Rubinstein e com o compositor Darius Milhaud, que viveu no Brasil entre 1917 e 1918 como secretário diplomático da missão francesa.
"Seu jogo fluido, desconcertante e triste ajudou-me a compreender melhor a alma brasileira", declarou Milhaud sobre Ernesto Nazareth. Trechos de canções de Nazareth foram citadas por Milhaud em seu balé Le Boeuf sur le Toit (O Boi no Telhado) e a suíte "Saudades do Brasil".
Em 1922 foi convidado pelo compositor Luciano Gallet a participar de um recital no Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, onde executou seus tangos "Brejeiro", "Nenê", "Bambino" e "Turuna". Esta iniciativa encontrou resistência, tendo sido necessária a intervenção policial para garantir a realização do concerto.
Em 1926, Nazareth embarcou para uma turnê no estado de São Paulo, que foi planejada inicialmente para durar 3 meses, mas acabou se prolongando por 11 meses, com concertos na Capital, Campinas, Sorocaba e Tatuí. Tinha então 63 anos, e foi a primeira vez que saiu do estado do Rio de Janeiro. Foi homenageado pela Cultura Artística de São Paulo e tocou no Conservatório Dramático e Musical de Campinas. Apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo, sendo precedido por uma conferência do escritos e musicólogo Mário de Andrade, sobre sua obra, na qual afirmou: "Por todos esses caracteres e excelências, a riqueza rítmica, a falta de vocalidade, a celularidade, o pianístico muito feita de execução difícil, a obra de Ernesto Nazaré se distancia da produção geral congênere. É mais artística do que a gente imagina pelo destino que teve, e deveria estar no repertório dos nossos recitalistas. Posso lhes garantir que não estou fazendo nenhuma afirmativa sentimental não. É a convicção desassombrada de quem desde muito observa a obra dele. Se alguma vez a prolixidade encomprida certos tangos, muitas das composições deste mestre de dança brasileira são criações magistrais, em que a força conceptica, a boniteza da invenção melódica, a qualidade expressiva, estão dignificadas por uma perfeição de forma e equilíbrio surpreendentes". Em 1927, Nazareth retornou ao Rio de Janeiro.
Foi um dos primeiros artistas a tocar Rádio Sociedade (atual Rádio MEC do Rio de Janeiro). Em 1930, concluiu sua última composição, a valsa "Resignação". No mesmo ano, gravou ao piano a polca "Apanhei-te, cavaquinho" e os tango brasileiros "Escovado", "Turuna" e "Nenê" de sua autoria. Em 1932, apresentou um recital só com músicas de sua autoria em um concerto precedido por uma conferência de Gastão Penalva. Neste mesmo ano realizou uma turnê pelo sul do país.
Vivia em uma casa no bairro de Ipanema desde 1917. Nos final dos anos 1920, seu problema de audição é agravado, sendo resultante de uma queda que sofreu na infância. Em 1932 é diagnosticado como portador de sífilis e em 1933 é internado na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá.
No dia 1 de fevereiro de 1934, Nazareth fugiu do manicômio. Seu corpo só foi encontrado três dias depois, em estado de decomposição, próximo a uma cachoeira. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, mesma região da cidade onde nasceu.
Deixou 211 peças completas para piano. E suas obras mais conhecidas são: "Apanhei-te, cavaquinho", "Ameno Resedá" (polcas), "Confidências", "Coração que sente", "Expansiva", "Turbilhão de beijos" (valsas), "Odeon", "Fon-fon", "Escorregando", "Brejeiro" "Bambino" (tangos brasileiros).
Nota: No fim do século XIX e começo do XX, a palavra "choro" designava não um gênero, mas certos conjuntos musicais (compostos de flauta, cavaquinho e violôes) que animavam festas (forrobodós) tocando polcas, lundus, habaneras e mazurcas e outros gêneros estrangeiros de uma maneira sincopada. O tango Brasileiro foi criado pelos chorões como uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera, e que na sua variante brasileira passou a ser chamado tango brasileiro. Na sua forma de música de dança passou a ser designado de maxixe, dança proibida ou mal vista na época de Nazareth. Dava-se o nome de "Tango Brasileiro" para se esconder a relação com o maxixe dessas composições. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação a harmonia, sendo a do Tango Brasileiro um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o Maxixe.
Importância musical
Suas composições, apesar de extremamente pianísticas, por muitas vezes retrataram o ambiente musical das serestas e choros, expressando através do instrumento a musicalidade típica do violão, da flauta, do cavaquinho, instrumental característico do choro, fazendo-o revelador da alma brasileira, ou, mais especificamente, carioca. A esse respeito, diz o musicólogo Mozart de Araújo: "As características da música nacional foram de tal forma fixadas por ele e de tal modo ele se identificou com o jeito brasileiro de sentir a música, que a sua obra, perdendo embora a sua funcionalidade coreográfica imediata, se revalorizou, transformando-se hoje no mais rico repositório de fórmulas e constâncias rítmico-melódicas, jamais devidas, em qualquer tempo, a qualquer compositor de sua categoria". Na produção musical do compositor, destacam-se numericamente os tangos (em torno de 90 peças), as valsas (cerca de 40) e as polcas (cerca de 20), destinando-se o restante a gêneros variados como mazurcas, schottisches, marchas carnavalescas etc. É sabido que o compositor rejeitava a denominação de maxixe a seus tangos, distinguindo-se daquele fundamentalmente pelo caráter pouco coreográfico e predominantemente instrumental de sua obra. Deve-se ainda ressaltar em sua produção a influência de compositores europeus, notadamente de Chopin, compositor cuja obra se dedicou a estudar meticulosamente e cuja inspiração se reflete, sobretudo, na elaboração melódica de suas valsas.
Ernesto Nazareth ouviu os sons que vinham da rua, tocados por nossos músicos populares, e os levou para o piano, dando-lhes roupagem requintada. Sua obra se situa, assim, na fronteira do popular com o erudito, transitando à vontade pelas duas áreas. Em nada destoa se interpretada por um concertista, como Arthur Moreira Lima, ou um chorão como Jacob do Bandolim. O espírito do choro estará sempre presente, estilizado nas teclas do primeiro ou voltando às origens nas cordas do segundo. E é esse espírito, essa síntese da própria música de choro, que marca a série de seus quase cem tangos-brasileiros, à qual pertence "Odeon".
Mário de Andrade assim definiu Nazareth: "compositor brasileiro dotado de uma extraordinária originalidade, porque transita com fôlego entre a música popular e erudita, fazendo-lhe a ponte, a união, o enlace".
Em 2004, por ocasião dos 70 anos da morte do compositor, a STV em parceria com a produtora paulistana We Do Comunicação apresentou o documentário "Ernesto Nazareth", com direção de Dimas de Oliveira Junior e Felipe Harazim, refazendo a trajetória artística do compositor desde seu primeiro sucesso, "Você bem sabe", de 1877, quando tinha 14 anos. Estão presentes no documentário declarações das pianistas Eudóxia de Barros e Maria Teresa Madeira, do compositor Osvaldo Lacerda, e do biógrafo Luiz Antonio de Almeida, entre outros.
Diploma Ernesto Nazareth
O Diploma Ernesto Nazareth é uma uma honraria concedida pelo Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA) dedicada a artistas com representatividade na história da MPB.
Fonte: Linha do tempo da vida de Ernesto Nazareth (http://www.ernestonazareth150anos.com.br/Events)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernesto_Nazareth
Emília Savana da Silva Borba, conhecida como Emilinha Borba, (Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1923 — Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2005) foi uma das mais populares cantoras brasileiras.
Emília Savana da Silva Borba, nasceu no Bairro da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro em 31 de agosto de 1923. Era filha de Eugênio Jordão da Silva Borba e Edith da Silva Borba.
Ainda menina e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros. Ganhou seu primeiro prêmio, aos 14 anos, na "Hora Juvenil", da Rádio Cruzeiro do Sul. Cantou também no programa "Calouros de Ary Barroso", obtendo a nota máxima ao interpretar "O X do Problema", de Noel Rosa. Logo depois, começou a fazer parte dos coros das gravações da Columbia.
Formou, na mesma época, uma dupla com Bidú Reis, chamada As Moreninhas. A Dupla se apresentou em várias rádios, durante cerca de um ano e meio. Logo depois, a dupla gravou para a "Discoteca Infantil" um disco em 78 RPM com a música "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro. Desfeita a dupla, Emilinha passou a cantar sozinha e foi logo contratada pela Rádio Mayrink Veiga, recebendo de César Ladeira o slogan "Garota Grau Dez".
Em 1939 foi convidada por João de Barro para participar da gravação da marcha Pirulito cantada por Nilton Paz, sendo que no disco seu nome não foi creditado, apenas o do cantor.
Em março do mesmo ano grava, pela Columbia e com o nome de Emília Borba, seu primeiro disco solo em 78 RPM, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto, com o o samba-choro Faça o mesmo, de Antônio Nássara e Eratóstenes Frazão e o samba Ninguém escapa de Eratóstenes Frazão.
Ainda em 1939, foi levada por sua madrinha artística, Carmen Miranda, de quem sua mãe era camareira, para fazer um teste no Cassino da Urca. Por ser menor de idade e na ânsia de conseguir o emprego, alterou sua idade para alguns anos a mais. Além disso, Carmen Miranda emprestou-lhe um vestido e sapatos plataforma. Aprovada pelo empresário Joaquim Rolla proprietário do Cassino da Urca, foi contratada e passou a se apresentar como "crooner", tornando-se logo em seguida uma das principais atrações daquela casa de espetáculos.
Em 1939 atuou no filme "Banana da Terra", de Alberto Bynton e Rui Costa. Esse filme contava com um grande elenco: Carmen Miranda, Aurora Miranda, Dircinha Batista, Linda Batista, Almirante, Aloísio de Oliveira, Bando da Lua, Carlos Galhardo, Castro Barbosa, Oscarito e Virgínia Lane, a "Vedete do Brasil".
Em 1940, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra os sambas "O Cachorro da Lourinha" e "Meu Mulato Vai ao Morro", da dupla Gomes Filho e Juraci Araújo. Nesse ano, apareceu nos filmes "Laranja da China", de Rui Costa e "Vamos cantar, de Leo Marten.
No ano seguinte, assinou contrato com a Odeon, gravadora onde sua irmã, a cantora Nena Robledo, casada com o compositor Peterpan já era contratada. Já com o nome de Emilinha Borba, lançou os sambas "Quem Parte leva Saudades", de Francisco Scarambone, e "Levanta José", de Haroldo Lobo e Valdemar de Abreu. Gravou ainda um segundo disco na Odeon com o samba "O Fim da Festa", de Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro, e a marcha "Eu Tenho Um Cachorrinho", de Georges Moran e Osvaldo Santiago.
Em 1942 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Em Setembro de 1943 retornou ao "cast" daquela Emissora, firmando-se a partir de então, e durante os 27 anos que lá permaneceu contratada, como a "Estrela Maior" da emissora PRE-8, a líder de audiência.
Enquanto naquela emissora, Emilinha atingiu o ápice de sua carreira artística, tornando-se a cantora mais querida e popular do país. Teve participação efetiva em todos os seus programas musicais, bem como, foi a "campeã absoluta em correspondência" por 19 anos consecutivos (até quando durou a pesquisa naquela emissora) de 1946 à 1964.
Briga com Linda Batista
Em 1942, o Cineasta norteamericano Orson Welles estava filmando no Brasil, o documentário inacabado "It's All True" (Tudo é Verdade). Nesta época, Linda Batista era a cantora mais popular do Brasil e a estrela absoluta do Cassino da Urca, de onde Orson Welles não saía.
Enquanto permanecia no Rio de Janeiro em farras e bebedeiras, Welles, inicia um romance com Linda Batista. Até que coloca os olhos em Emilinha, já com postura de futura estrela. O cineasta não perdoa a pouca idade de Emilinha, nem o fato de ela namorar o cantor Nilton Paz. Começa a assediá-la, prometendo levá-la para Hollywood. Também enviava-lhe agrados e bilhetes em que se dizia o "Rei do Café".
Linda Batista, ao saber o que estava acontecendo, descarregava suas frustrações na mãe de Emilinha, camareira no Cassino da Urca, humilhando-a sempre que podia. Até que um dia, Linda cerca Emilinha nos bastidores, dá-lhe alguns tapas e rasga seu melhor vestido com o qual ela se apresentaria dali a pouco.
Orson Welles deixou Emilinha em paz, e voltou para os Estados Unidos. Mas, desde essa época, Linda e Emilinha, nunca mais se deram bem. Segundo Jorge Goulart, Linda Batista usava de todo o seu prestígio como estrela absoluta do Cassino da Urca para dificultar a ascensão de Emilinha Borba naquele espaço.
Rainha do Rádio
Em 1949, Emilinha já era a maior estrela da Rádio Nacional, mas as irmãs Linda Batista e Dircinha Batista eram também muito populares, e as vencedoras, por anos consecutivos, do concurso para Rainha do Rádio. Este torneio era coordenado pela Associação Brasileira de Rádio, sendo que os votos eram vendidos com a Revista do Rádio e a renda era destinada para a construção de um hospital para artistas. Neste ano Emilinha gravou a marcha "Chiquita Bacana" (Primeiro lugar nas paradas de sucesso) e passou a ser considerada a vencedora do concurso. Entretanto, Marlene, uma cantora novata apareceu e venceu o concurso de forma espetacular. Para tal, recebeu o apoio da Companhia Antarctica Paulista. A empresa de bebidas estava prestes a lançar no mercado um novo produto, o Guaraná Caçula, e, atenta à popularidade do concurso, pretendiam usar a imagem de Marlene, Rainha do Rádio, como base de propaganda de seu novo produto, dando-lhe, em troca, um cheque em branco, para que ela pudesse comprar quantos votos fossem necessários para sua vitória. Assim, Marlene foi eleita com 529.982 votos. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país. Só em 1953, Emilinha foi finalmente coroada como Rainha do Rádio, unicamente com o apoio popular. A quantidade de votos que lhe deu a vitória era maior que a das outras concorrentes somadas.
O Grande Sucesso
Os concursos populares, que servem como termômetro de popularidade do artista, sempre foram constantes, e, das pesquisas realizadas, na fase aurea do rádio, 99,9% deram vitória a Emilinha Borba, tornando-a a artista brasileira que possivelmente possui mais títulos, troféus, faixas e coroas.
Nas edições da "Revista do Rádio", "Radiolândia" e do jornal "A Noite", Emilinha se comunicava com seus fans, amigos e leitores desses orgãos da imprensa, através de colunas como Diário da Emilinha, Álbum da Emilinha, Emilinha Responde e Coluna da Emilinha.
O simples anúncio de sua presença em qualquer cidade ou lugarejo do país, era feriado local e Emilinha simbolicamente recebia as chaves da cidade e desfilava em carro aberto pelas principais ruas e avenidas sendo aplaudida, ovacionada e acarinhada pelos habitantes e autoridades da localidade.
Devido ao enorme sucesso após o seu terceiro espetáculo realizado no teatro Santa Rosa em João Pessoa (Paraíba) Emilinha teve que cantar em praça pública junto ao Cassino da Lagoa, para um incalculável público, só comparado aos dos comícios de Luiz Carlos Prestes ou Getúlio Vargas.
Emilinha foi a primeira artista brasileira a fazer uma longa excursão pelo país com patrocínio exclusivo. O laboratório Leite de Rosas até então investia em artístas internacionais (como a orquestra de Tommy Dorsey) e contratou e patrocinou Emilinha por três meses consecutivos em excursão pelo Norte e Nordeste.
Sua foto era obrigatória nas capas de todas as revistas e jornais do país. Na "Revista do Rádio" semana era ela, na seguinte outro artista e na posterior ela novamente. Até Agosto de 1995, Emilinha Borba foi a personalidade brasileira que maior número de vezes foi capa de revistas no Brasil, calcula-se aproximadamente umas 350 capas nas mais diversas revistas.
Últimos Anos
De 1968 a 1972, Emilinha esteve inativa por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais e, após três cirurgias e longo estudo para reeducar a voz, voltou a cantar.
Em 2003, após 22 anos sem gravar um trabalho só seu, a Favorita da Marinha lançou o CD "Emilinha Pinta e Borba", com participações de diversos cantores como Cauby Peixoto, Marlene, Ney Matogrosso, Luís Airão, Emílio Santiago, entre outros, vendendo este de forma bem popular, na Cinelândia, em contato com o público, assim como Eliana Pittman e Agnaldo Timóteo e, também lançou no início de 2005, o CD "Na Banca da Folia", para o carnaval do mesmo ano, com a participação do cantor Luiz Henrique na primeira faixa - Carnaval Naval da Favorita e de MC Serginho na quinta faixa, Marcha-Funk da Eguinha Pocotó, conforme informa o site Cantoras do Brasil.
Emilinha continuou fazendo espetáculos pelo Brasil inteiro, tendo marcado presença, nos seus três últimos anos de vida, em vários estados brasileiros como Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia.
Sua arte, admirada e aplaudida por milhões, sempre foi em prol da cultura popular e, assim, carismática Emilinha Borba, cuja trajetória artística, pontilhada de sucessos, personifica-se como verdadeira e autêntica representante da Era de Ouro do Rádio Brasileiro.
Morte
Em fevereiro de 2004, Emilinha foi hospitalizada após cair da cama e fraturar o braço direito.
Em junho de 2005, ela esteve internada após cair de uma escada e sofrer traumatismo craniano e hemorragia intra-cerebral.
Morreu na tarde do dia 3 de outubro de 2005 de infarto fulminante, enquanto almoçava em seu apartamento no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, aos 82 anos.
Seu corpo foi velado durante toda a noite e pela manhã, por amigos, familiares e fãs, na Câmara dos Vereadores no Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério do Caju.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Emilinha_Borba